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Marina Helena cita semelhanças com Marçal, mas nega relação, e fala em educação sexual sem ativismo

Em sabatina Folha/UOL, candidata do Novo à Prefeitura de SP defende regularização fundiária e não dá detalhes de acusação contra Tabata

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São Paulo

Marina Helena (Novo) afirmou em sabatina realizada por Folha e UOL, nesta quarta-feira (18), que tem alguns pontos de semelhança com Pablo Marçal (PRTB), mas ressaltou agir de modo diferente do autodenominado ex-coach.

Marina Helena (Novo), candidata à Prefeitura de São Paulo, em sabatina da Folha e UOL - Youtube

"Vocês o tempo inteiro tentam me colocar ao lado do Pablo Marçal. Os dois realmente vêm de fora do sistema, não têm um passado na política, os dois falam abertamente contra a esquerda, e nos posicionamos na direita, isso nós temos em comum. A forma como nós agimos não é a mesma, e eu não tenho nenhum relacionamento com ele", disse.

"A única coisa que eu vejo no Pablo é ele muitas vezes dizendo que eu sou a pessoa mais preparada para administrar a cidade de São Paulo", completou.

Ela mencionou ainda uma ocasião em que participou do podcast do influenciador e contou que ele se atrasou cinco horas para a entrevista e, depois, ofereceu-lhe carona em seu helicóptero, mas ela recusou.

Pouco antes, Marina Helena havia defendido que José Luiz Datena (PSDB) se retirasse da eleição após ter dado uma cadeirada em Marçal durante debate no domingo (15), episódio que ela disse ver com "pânico e tristeza absoluta".

"A cadeira passou do lado da minha cabeça", ressaltou.

Questionada sobre se avaliava que Marçal também teria que deixar a corrida por causa de seu comportamento provocativo, a candidata afirmou que "não pode colocar na mesma régua um ataque verbal e um ataque físico".

A candidata disse não concordar com a forma de agir do candidato do PRTB nos debates. "Mas, em outros aspectos, acho que ele traz informações importantes para a população. Todos [os candidatos no debate] trazem acusações, algumas infundadas e outras importantes."

Marina disse ainda que, por ser de direita, jamais votaria em Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB). Questionada sobre considerar Ricardo Nunes (MDB) de direita, respondeu que o prefeito "é um centrão, mas está à direita" dos candidatos da esquerda.

Ela ainda deu sua opinião sobre eventuais segundos turnos. "Se for Nunes e Boulos, não tenho dúvida [de escolher Nunes", disse. Agora, entre Nunes e Marçal, evitou se posicionar: "aí é uma cena para os próximos capítulos".

A candidata do Novo defendeu propostas como educação sexual nas escolas, desde que sem o que considera ativismo LGBT; regularização fundiária na periferia; redução da tarifa de ônibus fora do horário de pico; e transparência total em relação aos contratos da prefeitura.

Mas, apesar de militar pela transparência e acesso a dados, não forneceu detalhes sobre a acusação feita por ela, no debate desta terça-feira (17), de que Tabata utilizou jatinhos particulares para visitar seu namorado, o prefeito do Recife, João Campos (PSB). A deputada afirma nunca ter feito essas viagens.

Questionada pelos jornalistas, Marina Helena afirmou que teve a informação detalhada por três fontes, mas não respondeu, por exemplo, quais seriam as datas desses voos. "O tempo vai dizer quem é que está com a razão", disse.

"Se eu não tivesse recebido informações de fontes confiáveis, eu não teria falado o que eu falei. [...] Ela [Tabata] tem uma chance grande de mostrar isso, que é mostrar os tíquetes de voos de ida e volta para Brasília", insistiu Marina Helena, apesar da pontuação dos mediadores de que o ônus da prova é de quem acusa.

Marina Helena afirmou ainda que considerou errado a Prefeitura de São Paulo retirar do ar os vídeos do canal no YouTube Saúde para Todes, com informações e serviços destinados à população transgênero.

"Esse protocolo trata de adultos também. Eu acho que a prefeitura fez errado em retirar ele todo do ar, agora eles precisavam revisar a parte que falam sobre crianças a partir de 8, 9 anos de idade", disse.

A retirada dos vídeos aconteceu a partir de uma crítica dela ao Saúde para Todes durante debate no mês passado. Na ocasião, ela afirmou que o programa falava de ideologia de gênero e que a prefeitura incentivava o bloqueio hormonal em crianças trans, o que Nunes negou.

Na sabatina desta quarta, Marina disse não ter "nada contra a orientação sexual" de cada pessoa ou a população trans, mas que "não é papel da prefeitura estimular tratamento para crianças a partir de 8 anos de idade".

O programa da prefeitura traz diretrizes e orientações para a população trans. Dentro do protocolo, é apresentada a possibilidade de bloqueio hormonal, nos casos necessários, a partir dos 10 anos de idade.

Ainda em relação a esse tema, a candidata disse que não é contra a educação sexual na escola desde que dentro de cartilhas já existentes.

Ela relembrou a violência da qual foi vítima aos 13 anos e enfatizou que o colégio, hospitais e conselheiros tutelares são essenciais para identificar crianças que sofrem abusos.

"Tem que ter uma maneira para fazer isso. [...] Uma coisa é educação sexual, outra é ativismo ideológico", disse. Ela afirmou ainda que a prioridade das escolas deveria ser ensinar a ler e escrever.

A candidata afirmou ainda que sua principal proposta na área de zeladoria e urbanismo é a regularização fundiária na periferia, citando a experiência de Joinville, administrada pelo Novo.

Ela também foi questionada sobre a proposta "Bairro no Capricho", que oferece desconto no IPTU para que moradores e comerciantes se organizem para administrar e melhorar a zeladoria na sua região.

"O setor público muitas vezes é incompetente, custa mais caro, e o cidadão muitas vezes consegue fazer", disse Marina Helena.

Em relação à moradia, Marina Helena prometeu dobrar o aluguel social, que é de R$ 400. Segundo ela, programas sociais como Minha Casa, Minha Vida acabaram expulsando a população do centro ao concentrar os empreendimentos na periferia.

Marina Helena defendeu ainda sua proposta de reduzir a tarifa do ônibus nos horários antes e depois do momento de pico e disse que isso será feito gradativamente para que não seja necessário aumentar o subsídio pago pela prefeitura às empresas de transporte.

"Vai ter uma tarifa especial das 6h às 7h, porque muitas vezes o empregador vai mudar. Se a gente tiver uma mudança de hábitos, porque para a empresa fica mais barato, pode ser que, com o tempo, a gente tenha uma redução da necessidade da frota e isso leva a uma redução do custo total".

A candidata do Novo foi questionada sobre sua proposta de criar uma Lava Jato paulistana, já que a prefeitura não teria poder para isso. Marina Helena explicou que a ideia é, basicamente, dar mais transparência a contratos para que o Ministério Público possa agir, mencionando casos que considera problemáticos como a licitação de coleta de lixo e de poda de árvores.

Economista, Marina Helena trabalhou no mercado financeiro e foi diretora de Desestatização do Ministério da Economia durante a gestão Paulo Guedes.

A mediação das entrevistas foi de Fabíola Cidral, ao lado dos jornalistas Raquel Landim, do UOL, e Fábio Haddad, editor de Cotidiano da Folha.

A Folha e o UOL têm feito uma série de sabatinas com candidatos de todo o país. O ciclo de entrevistas começou em 10 de junho com os postulantes de Belo Horizonte e está sendo feito também em outras 17 cidades.

Além disso, Folha e UOL promoverão um debate com os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo. O encontro no primeiro turno será em 30 de setembro, às 10h. Caso haja segundo turno, haverá outro em 21 de outubro, também às 10h.

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