Ministério da Justiça investiga possíveis prejuízos causados por apagão cibernético
Secretaria do Consumidor entrará em contato com Anac e Febraban para avaliar estragos no Brasil
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A Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça entrará em contato ainda nesta sexta-feira (19) com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) para avaliar os prejuízos causados pelo apagão cibernético.
As duas entidades serão contatadas porque foram os setores mais afetados, informou em nota a pasta.
O STF (Supremo Tribunal Federal) informou que foi afetado pelo problema e que por volta das 7h, o portal do tribunal foi restabelecido. "Os sistemas judiciais e os principais sistemas administrativos já estão funcionando adequadamente. Serviços de apoio, principalmente utilizados pelo público interno, ainda estão sendo reativados", acrescentou.
Já a Receita Federal informou que não utiliza o antivírus que, segundo relatos, estaria causando os problemas reportados em escala global no início desta manhã. Portanto, não há registros de instabilidade nos sistemas corporativos da instituição.
O apagão cibernético aconteceu devido a uma atualização defeituosa do provedor de cibersegurança CrowdStrike, que atende a Microsoft, segundo nota do gigante da tecnologia.
O erro na atualização deixou computadores e servidores afetados desconectados da internet, o que força as máquinas a um loop de recuperação de sistema, impedindo que as máquinas iniciem corretamente.
O serviço da CrowdStrike é utilizado por muitas empresas ao redor do mundo para gerenciar a segurança de computadores e servidores com Windows, e tem ganhado ainda mais espaço com a proibição da empresa russa Kaspersky de atuar nos Estados Unidos, por receio do Casa Branca de espionagem do Kremlim.
A CrowdStrike afirmou que os clientes que trabalham com Mac e Linux não foram afetados e que o incidente não foi causado por um ataque cibernético.
Como as versões mais recentes do Windows são adotadas em 95% dos computadores do mundo, outras empresas de nuvem como a Amazon Web Services (AWS) também relataram falhas de serviço durante esta madrugada.
No Brasil, houve problemas em voos, sistemas de bancos e serviços de saúde, como o do Hospital das Clínicas de São Paulo. Também há relatos de problemas em serviços de distribuidoras de energia.
De acordo com a Infraero, foi realizado check-in manual no aeroporto de Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
No setor de energia, algumas distribuidoras relataram problemas temporários em sistemas comerciais e de atendimento ao consumidor .
O Downdetector, que registra queixas com canais digitais, aponta aplicativos e internet banking de vários bancos fora do ar ou com lentidão. Às 9h, o próprio site colaborativo apresentou instabilidade.
Também há no governo um órgão que monitora esse tipo de situação: o CTIR Gov (Centro de Prevenção, Tratamento e Resposta a Incidentes Cibernéticos de Governo).
Vinculado ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional), o centro recebeu alertas pontuais pelo país, como o de empresas aéreas, mas não identificou impacto significativo em nenhuma "infraestrutura crítica nacional".
O termo é utilizado para se referir a instalações, serviços, bens e sistemas cuja interrupção ou destruição, provoque sério impacto social, ambiental, econômico, político, internacional ou à segurança do Estado e da sociedade. São eles: aeroportos, hospitais, hidrelétricas, etc.
No total, há 1.240 em monitoramento constante pela unidade. Nenhuma foi afetada. A pane afetou voos no Aeroporto de Guarulhos, por exemplo, mas nada que impedisse o funcionamento do maior aeroporto do país, segundo técnicos disseram à Folha.
O GSI, do ministro Marco Antônio Amaro dos Santos, por meio do CTIR Gov, emitiu recomendações para sistemas que possam ter sofrido com a pane.
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