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Não basta botar Lula e Bolsonaro no TikTok, tem que saber dialogar com a juventude, diz professora

Pesquisadora conversou com jornalistas da Folha sobre participação dos jovens nas eleições

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São Paulo

Nas eleições deste ano, 2,1 milhões de jovens menores de idade estão aptos a votar. Em 2018, eles eram 1,4 milhão. De dancinhas no TikTok a lacradas com óculos escuros, as campanhas investiram em peso nas redes sociais.

Por isso, a repórter Marina Lourenço e o editor de Interação da Folha, Mateus Camillo, conversaram sobre a participação dos jovens no pleito com Isaurora Cláudia Martins de Freitas, doutora em sociologia e professora da Universidade Estadual Vale do Acaraú, em live exibida pela TV Folha.

Lula e Bolsonaro no TikTok - Reprodução

"Desde 2010, a gente não consegue falar de eleições sem falar de redes sociais", diz Mateus Camillo. A questão, porém, é que nem todos os lados foram capazes de se mover na mesma velocidade das redes —e isso pode ter impactado nas urnas.

"O Lula demorou muito para entrar no TikTok, entrou só em junho de 2022 com perfil oficial. O termo 'Bolsonaro', em abril, tinha 13 vezes mais engajamento do que o termo 'Lula'", lembra o editor.

"Não basta botar o Lula e o Bolsonaro para usar TikTok. Tem uma questão da linguagem também. Não adianta nada se ele não souber dialogar com a juventude", diz Isaurora Freitas.

Não por acaso, jovens que tiveram o YouTube e outras redes como seu berço político foram campeões de voto para o Legislativo. Nessa corrida, bolsonaristas tomaram a dianteira.

O parlamentar mais votado em todo país foi um jovem de 26 anos, o bolsonarista Nikolas Ferreira (PL). Já André Fernandes (PL), de 24 anos, também bolsonarista, foi o mais votado do Ceará, lembra a professora.

"Esses dois jovens são nativos digitais, já cresceram desenvolvendo habilidades para lidar com redes sociais, saber se comunicar nesse ambiente", diz.

Para a repórter Marina Lourenço, o caso desses jovens apoiadores de Bolsonaro põe em xeque um velho estereótipo que liga juventude a rebeldia e a progressismo. Sobre isso, a professora Isaurora Freitas chama atenção para a importância de se olhar para a juventude com um grupo heterogêneo, seja para formulação de políticas públicas, seja para construção de campanhas.

Este início de corrida para o segundo turno já mostrou que os os diferentes setores da internet brasileira conseguem explorar as linguagens das redes, indo do meme ao pastiche. Prova disso é o embate que movimentou o Twitter nesta terça (4), quando registros de Jair Bolsonaro (PL) com maçons, grupo visto como antagônico aos evangélicos, foram resgatados por opositores do atual presidente.

"Opositores incorporaram linguagem que era usada pelo outro lado, uma linguagem agressiva, de 'vamos compartilhar no WhatsApp", diz Camillo. "Se tem um termômetro para entender os jovens, ele é as redes sociais."

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DE TRANSMISSÕES AO VIVO DA TV FOLHA:

4.out, terça-feira - Participação dos jovens na eleição

Marina Lourenço - repórter da Folha
Mateus Camillo - editor de Interação da Folha
Isaurora Cláudia Martins de Freitas - doutora em sociologia e professora da Universidade Estadual Vale do Acaraú
Txai Suruí, ativista indígena e colunista da Folha

5.out, quarta-feira - Balanço dos estados

Eduardo Scolese - editor de Política da Folha
Juliana Coissi - editora da Agência Folha
Ítalo Nogueira - repórter da Folha no Rio
João Pedro Pitombo - repórter da Folha em Salvador

6.out, quinta-feira - As eleições na internet

Patrícia Campos Mello - repórter especial da Folha
Francisco Brito Cruz - diretor do InternetLab, mestre em direito pela USP
Camila Mattoso - diretora da sucursal de Brasília da Folha

7.out, sexta-feira - Datafolha 2° turno e estados

Bruno Boghossian - colunista da Folha
Mônica Bergamo - colunista da Folha
Luciana Chong - diretora do Datafolha

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