"A desinformação disponível na internet é capaz de afetar a compreensão da sociedade sobre o que é relevante ou não na hora de decidir o voto." A opinião é do diretor do Instituto Cultura e Democracia e coordenador do projeto Desinformante, João Brant.
Para ele, quem promove desinformação foca no receio do público. "Quanto mais ativar determinados medos ou ressentimentos, mais potência [a notícia falsa] ganha para ir para frente", afirma.
No terceiro episódio de Eleições na Internet, Brant reforça a importância de checar se a fonte é confiável ou se o veículo é profissional, para evitar disseminar fake news.
"Não compartilhe aquilo que você tem dúvida. Aquela fala 'não sei se é verdade, mas...', 2022 não cola mais. Não bate com nossa responsabilidade como cidadão em manter um ambiente em que a verdade prevaleça."
A proteção especial que o Facebook coloca em figuras políticas gera uma licença para mentir, segundo o especialista. Ele cita a CPI da Pandemia, que provou que agentes políticos foram agentes de distribuição de desinformação.
O Facebook, por exemplo, utiliza agência de checagem e, se algum conteúdo é considerado desinformação, seu alcance é reduzido, porém esse movimento não acontece nas publicações de políticos. A alegação da Meta é que os discursos já são escrutinados e o público precisa ter livre acesso às informações para formar sua opinião.
Apresentada pela repórter especial Patrícia Campos Mello, a série Eleições na Internet é publicada semanalmente, às terças-feiras, e conta ainda com a participação de Carlos Affonso Souza, diretor do ITS (Instituto de Tecnologia e Sociedade).
O projeto é uma parceria da Folha com o ITS (Instituto de Tecnologia e Sociedade) com apoio do YouTube. Os episódios também estão disponíveis nos principais tocadores de podcast.
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