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Conheça o Museu do Livro Esquecido

Novo espaço de cultura fica na região da Sé em palacete histórico

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Douglas Nascimento
São Paulo (SP)

Um novo museu está com as portas abertas em São Paulo e, o que é ainda melhor, com uma proposta completamente diferenciada. Trata-se do Museu do Livro Esquecido, inaugurado no último 17 de agosto durante a mais recente edição da Jornada do Patrimônio.

museu em são paulo
Na foto o palacete que pertenceu ao arquiteto Felisberto Ranzini e que agora abriga o Museu do Livro Esquecido - Douglas Nascimento/São Paulo Antiga

Localizado na rua Santa Luzia, na Sé, região central de São Paulo, o novo museu tem sua atuação inteiramente focada nos livros e em atividades relacionadas a eles, com a nobre pretensão de dar luz a autores e autoras que passam despercebidos do público em geral ou que caíram no esquecimento, bem como no resgate ao interesse pelo livro físico em um momento que os livros eletrônicos são cada vez mais presentes no nosso cotidiano.

O museu também irá focar em outras atividades culturais que são igualmente relacionadas ao livro em si, como o próprio acesso ao acervo disponível da instituição, mediante solicitação de consulta, exposições periódicas e também oficinas culturais e até exibição de filmes ao ar livre, na área de convivência disponível no fundo da área do palacete.

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Uma das salas do Museu do Livro Esquecido, na rua Santa Luzia, região central de São Paulo - Douglas Nascimento/São Paulo Antiga

Um aspecto interessante é que o museu está instalado em um imóvel histórico que é tombado como patrimônio histórico e que está com obras de restauro em andamento, o que trará curiosas experiências sensoriais ao visitante que se retornar em outro dia para uma nova visita poderão encontrar um espaço outrora fechado para reforma agora aberto ou vice-versa. Pelo palacete é possível observar pelas paredes diversas marcas de estudos feitas para o processo de restauração.

Outras atividades estão previstas no museu, como o estabelecimento de um laboratório de restauro e encadernação de livros no porão da residência, que cuidará dos volumes da própria instituição, como também de quem tiver interesse neste serviço para seus próprios livros. Há também o projeto de começar uma atividade editorial, com inclusive a publicação de fac-símiles de obras raras do próprio acervo da casa.

EXPOSIÇÃO INAUGURAL

Chamada "A Solidão e a Escrita", a primeira exposição do museu, que está em cartaz desde 17 de agosto, aborda a escrita como uma das maneiras de lidar com a solidão. Para isso, foram selecionadas três escritoras pioneiras que, em contextos diferentes, tomaram atitudes pouco convencionais e podem apontar caminhos para as pequenas decisões que tomamos no cotidiano.

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Exemplar autografado do livro "Quarto de Despejo" da autora Carolina Maria de Jesus, exposto no Museu do Livro Esquecido. - Douglas Nascimento/São Paulo Antiga

Estão nesta mostra Carolina Maria de Jesus, autora de "Quarto de Despejo", Teresa Margarida da Silva e Orta, a primeira escritora brasileira e Christine de Pizan, primeira escritora que sobreviveu a partir da própria escrita. A exposição conta com faixas de audioguia. Neste primeiro momento o museu funciona apenas aos finais de semana.

Serviço:

Museu do Livro Esquecido

Rua Santa Luzia, 31 – Sé
Telefone (11) 91853-6231
Instagram @museudolivroesquecido
Horário de funcionamento: sábados e domingos das 10h às 17h
Entrada franca

A RESIDÊNCIA HISTÓRICA E SEU ARQUITETO E MORADOR

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Detalhe da fachada da antiga residência de Felisberto Ranzini, costruída em 1924, que agora abriga o Museu do Livro Desconhecido - Douglas Nascimento/São Paulo Antiga

Um dos pontos fortes do museu é, sem dúvida, o local onde ele foi estabelecido, um palacete histórico construído em 1924 em estilo eclético florentino, feito para servir de residência a Felisberto Ranzini, sendo ele próprio o autor do projeto arquitetônico.

Imigrante italiano natural de Mântua, Ranzini chegou ao Brasil ainda criança com apenas oito anos de idade. Estudou no Liceu de Artes e Ofícios, onde se transformou em um renomado artista plástico, arquiteto, pintor e desenhista. Foi professor da Escola Politécnica entre 1921 e 1949 e do próprio Liceu. Atuava como arquiteto no escritório de Ramos de Azevedo, onde atuou em diversas obras públicas da capital paulista, como o Mercado Municipal da Cantareira e a Casa das Rosas. Ranzini faleceu em 1976 e até o fim da vida residiu em seu palacete, agora transformado em museu.

Veja mais fotos do museu:

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