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cida santos

 

18/06/2012 - 20h49

As derrotas e os problemas

O último domingo foi dolorido para o vôlei brasileiro. A seleção masculina perdeu da Polônia e não se classificou para a fase final da Liga Mundial. Precisa esperar agora os jogos das outras chaves para tentar conquistar a vaga de segundo melhor colocado entre os quatro grupos. Foi a terceira derrota para os poloneses em quatro jogos disputados este ano. A seleção feminina perdeu para os Estados Unidos e corre também o risco de não chegar à fase final do Grand Prix.

Detalhe importante: estamos em ano olímpico. Faltam menos de quarenta dias para o início dos Jogos de Londres. Já começa a rondar certa preocupação. O que chama a atenção é que tanto no masculino como no feminino as seleções sofrem do mesmo problema: falta agressividade no ataque, logo o fundamento que o Brasil sempre se destacou. Contra a Polônia, por exemplo, a diferença no jogo foi nesse fundamento: 50 pontos de ataque dos brasileiros contra 58 dos adversários.

Ok, alguns jogadores se recuperam de problemas físicos. O ponteiro Murilo, que ficou fora dos primeiros jogos da Liga por causa de uma tendinite no ombro, ainda não está jogando tudo o que pode. Parece ainda sem confiança. O ponteiro Giba, que vem de uma cirurgia na tíbia, jogou sua primeira partida na temporada no sábado contra a Finlândia. O oposto Leandro Vissotto, maior pontuador do time no jogo contra a Polônia, passou por um cateterismo em abril. Dante, também com problemas físicos, ficou fora das partidas do fim de semana. A expectativa é que em Londres eles vão estar com mais ritmo de jogo.

O oposto Wallace, que vinha se destacando, foi bem marcado pelos poloneses e acabou no banco. Todo mundo sabe do talento do levantador Ricardinho, mas não dá para esquecer que ele ficou cinco anos longe da seleção e sem enfrentar as grandes forças do vôlei mundial. Jogar nesse nível é bem diferente. Será que vai dar tempo para ele voltar a adquirir o ritmo perdido? Dúvidas, dúvidas. Bruninho tem insistido com a repetição de algumas jogadas e tem se complicado e complicado a seleção.

No feminino, o técnico Zé Roberto ainda nem definiu quem serão as duas levantadoras. Fabíola tem começado os jogos como titular. Fernandinha disputa a vaga de segunda levantadora com a Dani Lins. Fernandinha é mais precisa, mais veloz, mas dá prejuízo no bloqueio. Nos jogos do fim de semana, Mari e Paula Pequeno apresentaram melhor desempenho, mas fizeram uma temporada complicada. Zé Roberto até está testando Mari como oposto. Muitas indefinições ainda.

Outra preocupação é o excesso de erros. Contra os Estados Unidos, a seleção feminina deu 25 pontos de graça para as adversárias. Um set inteiro. É muita coisa. Fica complicado ganhar um jogo com tantas falhas. As americanas tiveram 18 erros.

Outro problema é a instabilidade. A seleção feminina fez um primeiro set que beirou a perfeição contra os Estados Unidos. Parecia até que iria ganhar o jogo. Parecia. Perdeu as três parciais seguintes. No masculino, a seleção fez um bom terceiro set contra a Polônia, mas não mostrou o mesmo desempenho nas outras parciais.

Enfim, resta torcer para que as duas seleções brasileiras aproveitem o pouco tempo e se acertem. Seria bom que conseguissem se classificar para as finais da Liga e do Grand Prix. Seria mais uma oportunidade para enfrentar as grandes forças do vôlei mundial. Um treino de luxo.

cida santos

Cida Santos é jornalista e uma das autoras do livro "Vitória", que narra a trajetória da seleção masculina de vôlei, campeã olímpica em 1992. Escreve de segunda a sexta no site.

 

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