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cida santos

 

03/08/2012 - 15h03

Brasil vence e faz as contas

DE SÃO PAULO

Foi o melhor jogo da seleção feminina brasileira de vôlei, mas o time ainda sofreu uns apagões e não conseguiu o placar ideal para uma vitória. Só somou dois pontos ao superar a China por 3 sets a 2 (25/16, 20/25, 25/18, 28/30 e 15/10). Um resultado por 3 sets a 1 ou 3 sets a 0 renderia três pontos e deixaria a seleção em uma situação mais confortável. A equipe disputa o quarto lugar com a Turquia, já que apenas quatro seleções do grupo passam para as quartas de final dos Jogos Olímpicos.

A situação está a seguinte: a Turquia, comandada pelo brasileiro Marco Aurélio Motta, venceu a Coreia do Sul na rodada desta sexta-feira por 3 sets a 2 (25/16, 21/25, 25/18, 19/25 e 15/12). Com esse resultado, chegou a seis pontos e está em quarto lugar. O Brasil é o quinto com quatro pontos.

Na última rodada, não vai bastar vencer a Sérvia por 3 sets a 0 ou 3 sets a 1, a dona da pior campanha da chave. Vai ser preciso torcer também para as americanas ganharem das turcas. Se a vitória dos EUA for por 3 sets a 2, Brasil e Turquia ficam empatados em sete pontos, mas como o critério de desempate é o número de vitórias, a vantagem será brasileira. Para alívio geral, a seleção americana é a grande favorita. Se bem que como a equipe já está classificada, o técnico pode poupar as titulares. Aí será um problema.

O Brasil tem a vantagem de enfrentar a Sérvia no último jogo da rodada, às 18h de domingo. Ou seja, vai entrar em quadra sabendo os resultados de todas as outras partidas e também sabendo o placar que vai precisar para se classificar.

Ok, deu pra se animar mais com o desempenho do Brasil. O primeiro set contra a China foi muito bom. As atacantes voltaram a derrubar as bolas no chão. O ataque teve um aproveitamento de mais de 50%. A principal mudança na seleção foi a troca das levantadoras: Dani Lins ganhou a posição de titular. Fernandinha ficou no banco. Até por jogar mais tempo com a seleção, Dani tem mais entrosamento com as centrais. Com ela, Thaísa e Fabiana bateram mais bolas. Thaísa fez até uns ataques pelo meio do fundo da quadra e foi a melhor jogadora em quadra. Fez 22 pontos, um a menos que a Sheilla, que também foi bem acionada pela Dani Lins. A defesa, com destaque para Jaqueline, também funcionou legal.

Os problemas começaram a partir do segundo set. A ponteira Paula Pequeno está com uma dificuldade imensa de pontuar no ataque. Foi bem substituída pela Fernanda Garay, quando o Brasil já perdia por 16 a 13.

Agora, uma questão: por que será que os levantadores brasileiros insistem na prática de repetir sempre a bola para o atacante que erra a jogada? Ainda no segundo set, o Brasil estava ganhando por 11 a 10. A Dani Lins levantou a bola para a Thaísa e ela errou. Empate. Na jogada seguinte, outra bola para a Thaísa. China na frente. Na disputa do ponto seguinte, adivinha pra quem foi a bola? Thaísa. A China abriu dois pontos, 13 a 11. A partir daí, a seleção não conseguiu mais liderar o placar. Perdeu o set.

Outra questão, agora sobre a prática dos técnicos brasileiros em geral: por que quando o time está bem, em um momento emocional favorável, ele tem que parar o jogo para fazer a inversão? Ok, tem toda uma questão tática, mas em algumas situações parar o jogo pode ser prejudicial. No quarto set, por exemplo, Fabiana fez um grande bloqueio, comemorava o ponto e o Brasil vencia por 24 a 21. O técnico Zé Roberto parou o jogo e fez três substituições: Natália, no lugar da Fabiana, para o saque e a inversão de rede com Fernandinha e Tandara. Uma parada que só fez bem para as adversárias já que a seleção estava embalada. A China marcou um ponto, na sequência, Zé Roberto desfez a inversão Resultado: O Brasil desperdiçou três chances de fechar o set e a China venceu essa parcial por 30 a 28.

Enfim, o que vale é que a seleção já apresentou um jogo melhor. Mais: quem sabe se essa fase sofrida, de ter que fazer contas e depender de outro resultado para se classificar, não vai fazer o time mudar de vez a postura e conseguir melhores resultados na próxima fase? Por enquanto, resta torcer muito para as americanas no domingo. Depois, a gente faz os planos.

cida santos

Cida Santos é jornalista e uma das autoras do livro "Vitória", que narra a trajetória da seleção masculina de vôlei, campeã olímpica em 1992. Escreve de segunda a sexta no site.

 

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