Cruzeiro vai decidir o título da Superliga com o Sesi

O Cruzeiro vai decidir o título da Superliga de Vôlei com o Sesi no dia 24 em Belo Horizonte. Os dois times vão participar pela primeira vez de uma final desse torneio. O Cruzeiro fez uma disputa acirrada pela vaga com o Vôlei Futuro, do levantador Ricardinho. A classificação só foi definida na terceira e última partida da semifinal com um surpreendente de 3 sets a 0 (25/22, 25/23 e 25/20).

O destaque foi o central Douglas Cordeiro, eleito o melhor jogador da partida. O bloqueio do Vôlei Futuro não conseguiu parar o Douglas, que teve um belo aproveitamento no ataque: recebeu 13 bolas e colocou 11 no chão. Detalhe importante: Douglas tem 1,98 m, uma altura já considerada baixa para um meio de rede. Para se ter uma idéia, o seu companheiro de time, o central Acássio, tem 2,08 m. No Vôlei Futuro, Lucas tem 2,09 m e o Michael 2,02 m.

O time mineiro também sacou bem e dificultou muito a recepção adversária. Outro fator que pesou no resultado: o Cruzeiro errou menos. Não dá para esquecer também que o levantador William está jogando um bolão. Ele passou as últimas seis temporadas na Argentina e treinou com o técnico e ex-levantador Javier Weber. Aprendeu bem as lições que recebeu.

O certo é Cruzeiro e Sesi chegam à final com merecimento: foram os melhores times da Superliga. Os dois têm uma linha de passe bem respeitável. O Cruzeiro conta com Léo Mineiro, Filipe e o líbero Serginho. O Sesi tem Murilo, Thiago Alves e o Escadinha. Em comum, dois opostos com o mesmo nome e muita força no ataque: os Wallaces. Como a final vai ser disputada em apenas uma partida, o Cruzeiro chega com certa vantagem: está com mais ritmo de jogo, o Sesi decidiu bem antes a vaga com o Minas.

Uma das curiosidades era como a torcida de Contagem iria se comportar com o central Michael. No primeiro jogo nessa cidade, o jogador foi chamado de bicha. O time acabou sendo punido e obrigado a pagar R$ 50 mil de multa. Nesta sexta-feira, no terceiro jogo, a torcida mineira chegou a exibir cartazes se desculpando. Um deles, por exemplo, dizia o seguinte: "Contagem contra a homofobia". Mas quando o jogo começou, parte da torcida vaiou muito o Michael, quando ele pegava na bola. Segundo a reportagem do Uol, chegaram até a chamá-lo de Richarlyson, volante do Atlético Mineiro que conviveu com problemas de homofobias de torcedores na época em que jogava pelo São Paulo.

Para encerrar, boas notícias da líbero americana Stacy Sykora. Ela já falou UTI. Ao ouvir o médico perguntar a uma acompanhante se ela falava português, Stacy respondeu "yes". Os médicos passaram também a diminuir a sedação da jogadora, que bateu a cabeça no acidente do ônibus do Vôlei Futuro e sofreu traumatismo crânio-encefálico.