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humberto luiz peron

 

11/04/2012 - 15h25

Santos: o centenário do clube de todos

DE SÃO PAULO

Sabemos que só é possível torcer por apenas um clube, mas, quando deixamos de lado a paixão cega e tola por nosso time, tenho certeza que todos os fãs de futebol já tenham torcido - ou aplaudido, se preferirem - o Santos. Por mais que se diga que Portuguesa, Juventus, América-RJ, América-MG, Galícia e outros tantos times simpáticos que temos pelo país contam com a simpatia dos admiradores de outras equipes, posso afirmar que o segundo lugar no coração dos torcedores de futebol no país é o time da Vila Belmiro.

Essa última afirmação pode ter irritado muita gente, inclusive os santistas. E a eles eu digo que ter seu time como o segundo na preferência de outras torcidas deve ser um grande orgulho. Quando o fã de outro time escolhe torcer pelo Santos em algum momento, não é por compaixão ou pena, o time da Vila Belmiro ganha a simpatia dos amantes por respeito à história maravilhosa que o clube ostenta.

Por exemplo, o Santos ainda é o clube brasileiro mais conhecido no exterior, graças à equipe fantástica da década de 1960, quando Pelé e seus companheiros de camisas brancas assombravam o mundo com exibições espetaculares. Dessa época gloriosa, em que o time foi bicampeão da Libertadores e do Mundial e não parava de conquistar títulos, aparece a sequência de jogadores mais conhecida da história, o mítico ataque formado por: Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe.

Aos santistas que ainda possam estar indignados por eu ter classificado como o segundo time de todos e também àqueles que não gostaram de serem lembrados que já se pegaram torcendo pelo time da Vila Belmiro, poderia dizer que, nos tempos de Pelé, não eram poucos os que iam aos estádios para ver aquele time fantástico. Inclusive, o Santos ganhou o Mundial de 1963 jogando duas partidas no Maracanã lotado de cariocas. Também não se pode esquecer que os santistas contavam com a admiração dos torcedores porque da Vila Belmiro surgiu como a base das seleções que venceram as Copas do Mundo de 1958, 62 e 70.

Todos gostam do Santos porque o time praiano parece abençoado, pois, ao longo de sua história, sempre teve jogadores admirados por todas as torcidas. Já disse do fenômeno Pelé e seus companheiros de ataque -- Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe, não custa repetir esse ataques dos sonhos--, mas poderia citar craque nomes Feitiço, Araken, Zito, Lima, Gylmar, Clodoaldo, Edu, Juari, Pita, Geovanni, Diego, Robinho e atualmente Paulo Henrique Ganso e Neymar.

Assim como acontece agora com o craque Neymar, que consegue atrair a atenção dos torcedores de outros clubes, meus flertes ocasionais com o Santos surgiram graças a dois jogadores: o volante Clodoaldo e o ponta-esquerda Edu. No início dos anos 1970, os dois foram os meus primeiros ídolos do futebol. Eu sei que havia também o Pelé, mas, do Rei, eu tinha medo era dos estragos que ele fazia no meu no time, enquanto pelos outros dois eu cultivava admiração.

Eu gostava do Edu pela habilidade, pelo controle da bola e pelo repertório infinito de dribles. Não importava o espaço de que ele dispunha, ele sempre encontrava uma maneira de fintar o marcador.

Já Clodoaldo se multiplicava no campo para marcar os adversários e, quando a bola vinha nos pés, também tinha muita técnica. O volante sempre me passou a imagem do torcedor vestindo a camisa de seu time em campo, pois nunca vi um profissional usar com tanto amor a um clube como o camisa 5 do Santos na década de 1970.

Por fim, só posso dar os parabéns ao Santos e a seus torcedores. Pois, sem nenhum exagero, quando o futebol brasileiro está em baixa, todos os amantes de futebol esperam que surja na Vila Belmiro um craque - ou uma equipe - que nos faça sentir novamente os melhores do mundo.

Até a próxima!

Mais pitacos em www.twitter.cm/humbertoperon

DESTAQUE
O técnico Muricy Ramalho declarou que pode terminar com a concentração dos jogadores santistas antes da partida. Esta deve ser mais uma lição que o treinador tirou do Mundial de Clubes disputado no final do ano passado. Pois, enquanto os jogadores do Santos ficaram confinados no hotel, só pensando no Barcelona, era possível encontrar jogadores do time catalão jantando descontraidamente nos restaurantes de Tóquio com seus familiares dois dias antes da grande final.

ERA PARA SER DESTAQUE
Passou muito dos limites a reclamação dos jogadores do Vasco após a derrota para o Flamengo. Perder o jogo não representou a eliminação do time do campeonato e a forma como os vascaínos partiram para cima do árbitro poderia causar graves -- principalmente se a súmula do jogo não sofresse alterações -- desfalques na fase decisiva do torneio. Até o presidente Roberto Dinamite fez declarações que lembraram os piores momentos de seu antecessor, Eurico Miranda.

humberto luiz peron

Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve às terças-feiras no site da Folha.

 

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