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humberto luiz peron

 

09/05/2012 - 17h11

Como perder um jogo fácil

Esqueça palavras como azar ou infelicidade, também não use a velha desculpa dos erros de arbitragem. As grandes surpresas no futebol são consequências de falhas ou erros do time favorito

Confira alguns pontos que fazem um time mais forte perder o jogo

Responsabilidade de ser favorito
Muitos times simplesmente não sabem lidar com o favoritismo. Aqui no Brasil é muito comum, por isso, todos afirmarem que o adversário tem mais condições de vencer uma partida. A obrigação de ganhar torna o time ansioso e propício a cometer muitos erros. A responsabilidade da vitória faz a equipe se perder taticamente em campo, e nem as jogadas mais simples são feitas. O desespero para chegar a vitoria é tão grande que, com menos de 15 minutos de partida, já vemos zagueiros tentando fazer gols em arrancadas para o ataque e o time abusando dos chutes de longa distância e de chuveirinhos para a área do adversário.

Esquecer de jogar futebol
É incrível como os times mais fortes perdem partidas porque preferem deixar a técnica de lado para se preocupar apenas em responder, por exemplo, às entradas violentas do adversário. Com a partida se transformando em uma pancadaria, o time mais fraco consegue equilibrar o confronto e passa a ter mais chances, principalmente porque, quando um time que sabe jogar futebol se mete em acertar as canelas do adversário, sempre tem algum jogador expulso. Isso acontece muito em jogos da Taça Libertadores, quando os brasileiros perdem para times medíocres por esquecer a técnica e caem na armadilha de querer ganhar o jogo apenas na base da catimba e da intimidação do adversário.

Da descontração total ao nervosismo extremo
É muito comum um time entrar em campo pensando que é tão superior que vai decidir a partida no momento em que ele quiser. Então, no começo do jogo ele abusa das jogadas bonitas, mas sem nenhuma produtividade. Só que, com o passar do tempo, com o gol não saindo, o favorito vai entrando em desespero, começa a perder gols incríveis e se lança para o ataque sem nenhuma organização. Assim, está armado o cenário para um contra-ataque mortal da equipe considerado zebra.

Times que não sabem jogar atacando
Quando uma equipe é apontada como favorita, ela é obrigada a tomar a iniciativa da partida. Só que, atualmente no nosso futebol, temos equipes que só sabem jogar no contra-ataque. Sem saber como furar o bloqueio do adversário e com a obrigação da vitória, mesmo com a posse de bola, o time mais forte acaba passando o comando tático da partida para o adversário, que vai aproveitar muito bem os espaços para contra-atacar.

Qualidade do adversário
Sempre quando temos um time que é considerado sensação do momento, parece que ele não tem adversário. Apenas se olha as qualidades do favorito e ninguém comenta que, do outro lado, muitas vezes, há um time com vários pontos fortes. Quando o teoricamente favorito perde, é mais fácil dizer que foi uma zebra do que assumir que a outra equipe só venceu o jogo porque também é um bom time. Exemplos? Temos a seleção brasileira da Copa de 1982, que perdeu para a Itália. O time italiano era muito bom, recheado de grandes jogadores e, na vitória sobre o Brasil, por 3 a 2, fez uma partida excepcional. Também não se pode esquecer o Chelsea, que recentemente soube como eliminar o badalado Barcelona da Champions League.

O futebol tem lógica, ao contrário do que muitos dizem, mas ele não perdoa aqueles que consideram um jogo ganho antes de a bola começar rolar.

Até a próxima!

Mais pitacos em: @humbertoperon

DESTAQUE
As goleadas de Santos e Fluminense sobre Guarani e Botafogo que praticamente decidiram os torneios de São Paulo e do Rio de Janeiro. A vantagem de ambas as equipes foram construídas porque os talentos fizeram grandes partidas. Na final do Paulista, Neymar e PH Ganso apareceram nos momentos decisivos e fizeram os gols santistas. Já no Carioca, o Fluminense mostrou que conta com grande força ofensiva, principalmente com o golaço de Fred e os passes perfeitos de Deco e Thiago Neves que terminaram em gols de Rafael Sóbis.

ERA PARA SER DESTAQUE
A grande bagunça que virou o mercado de transferências no futebol brasileiro. Os casos dos jovens Oscar --briga entre São Paulo e Internacional-- e Guilherme --forçando sua saída da Portuguesa. Atualmente ninguém sabe, nem os próprios jogadores, a quem cabe seus direitos, cada vez mais fatiados entre clubes, time de fachada, empresários, investidores misteriosos e dirigentes das equipes.

humberto luiz peron

Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve às terças-feiras no site da Folha.

 

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