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humberto luiz peron

 

06/06/2012 - 18h49

Sinal de crise: da euforia à depressão

Um indício de que você está passando por uma crise é notado quando você passa, em curtos espaços de tempo, por picos de grande euforia alternados por momentos de extrema depressão.

Este é o melhor retrato do momento que vive nosso futebol atualmente.

Começando pela seleção brasileira. Bastaram duas boas vitórias, contra a Dinamarca e os Estados Unidos, para muitos afirmarem que finalmente o time de Mano Menezes tinha encontrado o caminho certo.

O jovem time colocado em campo nesses amistosos já era apontado como o maior favorito para ganhar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres e deveria ser a base da equipe que vai disputar a Copa do Mundo em 2014.

Num passe de mágica, Oscar se transformou no camisa 10 ideal da seleção, Hulk passou a ser tratado como exemplo do atacante moderno e o jovem Neymar já foi apontado como o líder da equipe.

Também foi exaltada a postura tática da equipe em marcar a saída de bola do adversário e a personalidade dos jogadores em tentar as jogadas individuais.

Mas bastou a derrota para o México, para que tudo mudasse. Os elogios ao grande número de dribles se transformaram em críticas ao extremo individualismo de alguns atletas. A segura postura tática se transformou em um sistema vulnerável, com a equipe muito exposta e deixando muitos espaços para o contra-ataque do inimigo.

Também, quem elogiava a equipe formada apenas por jogadores novatos e sem vícios já começou a pedir a convocação daqueles que têm mais experiência.

Até Neymar foi questionado. A má atuação contra o México fez surgir comentários que o atacante santista só consegue jogar bem em jogos fáceis --ou quando é protegido pelos árbitros brasileiros--, ainda está devendo em jogos com a camisa da seleção e que ele não se movimenta para escapar de uma rígida marcação.

Mas, não é apenas na seleção que o a fórmula certeira passa a ser o caminho do fracasso em apenas um piscar de olhos. No cotidiano do nosso futebol doméstico isso sempre acontece. Em questão de minutos transformamos craques em pernas-de-pau e as soluções em problemas eternos e vice-versa.

Isso é muito fácil de observar. Nos últimos meses, jogadores, treinadores e gestores apareceram como salvadores para todos os problemas, mas, em pouco tempo, todos perceberam que eles não tinham nada de especial para transformar o destino da equipe.

No futebol, não existe apenas uma receita para o sucesso, mas só será possível encontrar o caminho das vitórias, quando pararmos de pensar que somos os melhores por uma simples vitória ou os piores em caso de derrota.

Mais pitacos em:@humbertoperon

DESTAQUE
A saída conturbada de Ronaldinho Gaúcho, do Flamengo, mostra, mais uma vez, que os clubes quando contratam um atleta precisam sempre se preocupar primeiro com a parte de técnica e não apenas com as ações de marketing que o ídolo possa participar. O melhor retorno que o atleta pode trazer para um clube é jogar bem e conquistar títulos. Se o ídolo não render nos gramados, na há ação de marketing que vai ter sucesso.

ERA PARA SER DESTAQUE
Fica claro que para José Maria Marin, atual presidente da CFB, Mano Menezes não é o técnico ideal para a seleção. Por isso, o dirigente pressiona o treinador ao usar sistematicamente o velho chavão: "treinador vive de resultados". Expressão típica de um cartola pronto para despedir seu técnico.

humberto luiz peron

Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve às terças-feiras no site da Folha.

 

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