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humberto luiz peron

 

27/06/2012 - 15h53

Ninguém aceita a derrota

DE SÃO PAULO

No futebol, ninguém se conforma com um revés, pois todos sabem que os triunfos --e também os títulos-- vão perdendo seu valor a cada nova conquista. Já as derrotas nunca são esquecidas e vão ficando cada vez mais doloridas com o passar do tempo.

A frustração de um tropeço aumenta quanto mais se aproxima da decisão de um torneio, como no momento que vivemos agora, com as finais da Taça Libertadores e da Copa do Brasil. Todos sabem que a derrota, quando se está tão perto da glória, causa um efeito devastador.

Vamos começar falando dos profissionais --jogadores, treinadores.

Primeiro é preciso esquecer que os jogadores não se importam com o resultado de uma partida. Não existe um lugar tão silencioso quanto o vestiário de uma equipe que perdeu um jogo.

O profissional sabe que uma derrota em uma final, principalmente, vai destruir tudo o que foi feito para levar o time até um momento decisivo. Logo acaba a cordialidade entre os atletas e aquela sensação de que todos estão remando em sintonia. Aliás, o silêncio nos vestiários dos perdedores só é quebrado por discussões rápidas com algum jogador cobrando um companheiro.

Vai terminar também a atenção total que os jogadores recebiam por parte dos torcedores e da imprensa, e todos sabem que aqueles que eram chamados de heróis e salvadores vão sempre, nas derrotas, se transformar em vilões.

Quem trabalha no futebol sabe que, por mais desumano que possa ser, em todo e qualquer fracasso, sempre vai ser eleito um responsável por aquela derrota, e que isso vai ser lembrado constantemente, para o resto de sua carreira.

Sem dizer que alguns jogadores que acumulam derrotas em decisões, por mais que tenham tido o papel fundamental durante toda a campanha, sempre serão taxados de "pipoqueiros em decisões".

Para o torcedor, a dor de uma derrota parece que nunca vai terminar.

A conquista de um título seria a resposta definitiva às mais variadas formas de piadas e provocações que ele foi obrigado a suportar durante anos a fio. O fracasso em uma final faz o fanático se sentir impotente, pois todos os argumentos que usou para defender seu time se desfazem em poucos minutos ou em apenas um único lance.

Fica difícil até acordar e fazer as coisas do cotidiano, como ir trabalhar ou estudar, pois não vão faltar aqueles que farão algum comentário sarcástico que vai aumentar a dor que você está sentindo.

A perda de um título frustra o torcedor porque o título seria seu triunfo sobre o resto do mundo.

No futebol, a dor das derrotas sempre será imensamente maior que a alegria das grandes vitórias.

Até a próxima!

Mais pitacos: @humbertoperon

DESTAQUE

Para Atlético-MG e Cruzeiro, que, neste início de Campeonato Brasileiro, ocupam o topo da tabela. Havia muito tempo que os dois tradicionais clubes mineiros não eram, ao mesmo tempo, protagonistas de um torneio importante.

ERA PARA SER DESTAQUE

Mais uma troca de técnico no São Paulo, com a saída de Leão. Incrível como em pouco tempo o time perdeu várias características que faziam o clube mandar no futebol brasileiro, como: o trabalho eficiente de seus dirigentes, o alto índice de acerto na contratação de jogadores e treinadores e a capacidade de resolver seus problemas internamente.

humberto luiz peron

Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve às terças-feiras no site da Folha.

 

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