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humberto luiz peron

 

08/08/2012 - 13h49

Centroavantes sempre serão necessários

DE SÃO PAULO

Os olhos de nossos retranqueiros treinadores já estão brilhando. Usando como exemplo o sucesso de times como Barcelona e Corinthians, que conseguiram títulos sem ter um centroavante --ou goleador-- especialista, eles sonham armar equipes sem atacantes de ofício e com muitos na faixa central.

Fico espantado como a maioria dos nossos técnicos não conseguem observar qual é a tática das outras equipes em campo e acabam por copiar da pior maneira possível as boas ideias táticas, ou as usam para justificar armações absurdas das próprias equipes.

É preciso dizer que Barcelona e Corinthians --atenção: não estou comparando as duas equipes-- podem até atuar sem jogadores que sempre atuaram com a camisa 9, mas, em todos os momentos da partida, esses times têm sempre alguém desempenhando a função de centroavante.

O time catalão sempre conta com jogadores, principalmente Messi, dentro da grande área, prontos para finalizar, pegar um rebote do goleiro ou pronto para fazer uma tabela com o companheiro.

Já o Corinthians, campeão da Copa Libertadores, sempre teve um jogador na frente --muitas vezes esse atleta adiantado fazia a jogada individual e não encontrava ninguém para passar a bola porque seus companheiros estavam muito recuados.

Em algumas oportunidades esse homem fixo era Danilo, para escorar os cruzamentos. Em outras ocasiões esse papel coube a Emerson. Na final, contra o Boca Jrs, por exemplo, ele marcou os dois gols --um de oportunismo dentro da grande área, e outro em velocidade-- em jogadas típicas de centroavantes.

Um centroavante é fundamental, pois apenas com a sua presença é capaz de causar preocupação para pelo menos três defensores --os dois zagueiros e um volante.

Por isso, com um atacante prendendo os adversários na defesa, sempre sobra espaço para que os meias, os laterais e outro avante possam tenham liberdade. Sem um jogador fixo na frente, não é possível que um meia encontre liberdade para receber a bola, driblar os adversários e ainda ter fôlego para finalizar corretamente.

Atualmente, pelas características de nossos meias ofensivos, eles precisam de espaço para correr com a bola e enfrentar os zagueiros de frente, por isso esses jogadores não funcionam quando jogam na frente, já que recebem a bola de costas para o gol. E esses meias adaptados nunca terão de se colocar com precisão dentro da área, como os grandes artilheiros conseguem --sem dizer que muitos desses armadores finalizam muito mal.

Sem um centroavante fica inviável qualquer equipe fazer um contra-ataque --lembrando que a maioria dos gols no Brasil surge dessa maneira ou em jogadas de bolas paradas. Se o goleador não tiver velocidade, ele consegue escorar a bola para o companheiro e estará sempre bem colocado para aproveitar o passe do companheiro. Se for um velocista, tem tudo para levar vantagem sobre os pesados zagueiros do time adversário.

Pela essência do futebol, não há como jogar sem um centroavante, ou se preferirem um atacante que tenha a missão primordial de fazer gols. Ainda bem, pois na hora do aperto nossa única esperança é que apareça um camisa 9 que nos salve.

Até a próxima!
Mais pitacos em: @humbertoperon

500
Essa é edição de número 500 da minha coluna. Agradeço a todos que já leram pelo menos um trecho de meus textos, àqueles que mandam ideias e sugestões, e aos que deixam seus comentários aqui. Também não poderia deixar de citar ao pessoal da redação de Esporte da Folha de S. Paulo que coloca o texto no ar semanalmente. Agora, como nas outras 499 vezes, tenho uma semana para achar outro tema para a próxima edição. Mas como alguém já disse: "Chegar a 500 é fácil, quero ver chegar a 1000".

DESTAQUE
O problema na conservação do gramado do Engenhão deve servir de alerta para todos os estádios que estão sendo construídos no país. Geralmente, arenas com grandes coberturas nas arquibancadas têm problemas no campo de jogo, pois o sol não bate sempre no gramado. Isso acontece, por exemplo, no San Siro, em Milão, que depois da instalação de sua cobertura para a Copa de 1990, sempre teve gramados ruins. Aqui, no Brasil, na Arena da Baixada, o setor do campo que estava do lado da cobertura nunca foi um tapete.

ERA PARA SER DESTAQUE
Apesar da situação complicada de Palmeiras e Santos nessa primeira parte do Campeonato Brasileiro, não acredito que as duas equipes sejam candidatas ao rebaixamento. O Palmeiras, campeão da Copa do Brasil, sofre com as inúmeras contusões, enquanto o Santos pena com a ausência de seu principal jogador, Neymar.

humberto luiz peron

Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve às terças-feiras no site da Folha.

 

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