Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 

humberto luiz peron

 

26/09/2012 - 17h28

Arrogância

Atualmente, a principal característica daqueles que vivem no chamado mundo do futebol é a arrogância. No momento, em que o futebol brasileiro passa por uma grande crise técnica, convivemos com jogadores e treinadores que, valorizados em demasia, sobretudo financeiramente, se acham gênios, verdadeiros deuses.

E, por se acharem acima do bem ou do mal, adoram ser bajulados --e verdade também que não faltam aqueles que adoram falar bem de jogadores e treinadores na esperança de conseguir alguma vantagem. Entretanto, quando são questionados e criticados, perdem totalmente a compostura.

Um fato que ilustra bem esse comportamento ocorreu no último sábado, após a partida entre Santos e Portuguesa.

Indagado sobre a intensidade e a qualidade de seus treinos táticos, o técnico Muricy Ramalho perdeu totalmente a razão e foi estúpido ao responder que realiza treinos táticos enquanto os jornalistas estão na rua --os famosos treinos secretos-- e complementou afirmando que, mesmo se a imprensa pudesse assistir às práticas dele, muitos jornalistas não as entenderiam.

Importante ressaltar que a pergunta só foi feita porque seu time acabara de perder por 3 a 1 e tomar um passeio, inclusive tático, da Portuguesa, e não seria nenhum exagero se o time do treinador levasse uma goleada histórica.

Muricy Ramalho merece todos os elogios pelos inúmeros títulos que conquistou nos últimos anos, mas isso não quer dizer que ele é um treinador que também comete vários equívocos em muitas de suas avaliações.

Por exemplo, para um treinador que não se cansa de assistir a jogos de futebol, ele se mostrou totalmente despreparado e muito mal informado na final do Mundial de Clubes no ano passado, quando o Santos levou uma aula de futebol --termo usado por vários santistas-- contra o Barcelona. Sei que o time catalão era superior ao Santos, mas o técnico, ao usar o esquema 3-5-2, ofereceu todas as condições para que o a equipe espanhola atropelasse o time brasileiro.

Concordo que as seguidas ausências de Neymar acabam prejudicando muito o desempenho do Santos. A equipe da Vila Belmiro sem sua principal estrela não passa de um time medíocre. O que se espera nos momentos mais complicados é que o trabalho do treinador apareça. E isso não está acontecendo com Muricy Ramalho.

Citei o caso do treinador do Santos, apontado como um dos principais do país, mas são muitos os profissionais que adoram usar a pergunta "Você jogou onde?" quando são cobrados. E ainda tentam desmoralizar os críticos chamando-os de teóricos que nunca chutaram uma bola na vida. Para mim, essa expressão só demonstra a soberba daqueles que trabalham em nosso futebol.

Além de ser uma grande bobagem, pois a falta de talento para ser profissional de futebol não serve como referência para que uma pessoa entenda ou não de futebol. Aliás, se isso fosse verdade, muitos dos nossos treinadores, que se julgam deuses do futebol, nunca poderiam comandar um time profissional.

Graças à arrogância de seus profissionais, o futebol brasileiro parou de evoluir, e hoje está longe de ser o melhor do mundo.

No futebol, como na vida, há sempre há o que aprender e melhorar.

Até a próxima!

Mais pitacos em: @humbertoperon

DESTAQUE

A transferência de PH Ganso do Santos para o São Paulo acabou sendo um bom negócio para todas as partes envolvidas --apesar da troca de farpas durante o longo período da negociação. Para o time santista, a venda foi excelente, pois o clube recebeu o valor que tinha direito em caso da transferência do atleta e se livrou de um jogador que havia tempo que estava insatisfeito. Para o São Paulo, vale a aposta em um jogador novo, que tem muito potencial. Já para PH Ganso, a troca de clube serve como recomeço de sua carreira.

ERA PARA SER DESTAQUE

O Vitória, que faz uma excelente campanha na Série B e está muito próximo de assegurar uma vaga na primeira divisão do Campeonato Brasileiro em 2013.

humberto luiz peron

Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve às terças-feiras no site da Folha.

 

As Últimas que Você não Leu

  1.  

Publicidade

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página