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humberto luiz peron

 

12/12/2012 - 16h54

Excesso de cautela gerou sufoco

DE NAGOYA*

O Corinthians sabia que a semifinal do Mundial de Clubes historicamente é um jogo complicado, principalmente para os clubes brasileiros. Por isso, Tite armou a equipe para que ela não fosse afoita. O treinador desconfiava que, se tomasse um gol, mesmo com a fragilidade do Al Ahly, o seu time poderia entrar em desespero e perder, como aconteceu na partida entre Internacional e Mazembe, na edição de 2010.

Por isso, nos primeiros minutos, o Corinthians ficou muito tempo com a bola nos pés - até de forma exagerada e sem objetividade. No início de jogo, os laterais pouco avançavam e Danilo, jogando bem aberto pela direita, tentava, com jogadas individuais, levar o time ao ataque.

Apesar de suas fragilidade, o time como Egito estava bem organizado em campo, com todos os setores bem compactados: uma linha de quatro zagueiros, dois volantes, dois meias jogando pelas pontas e dois atacantes - situação bem clara para quem via o jogo do estádio.

Como o time egípcio também trocava muitos passes, o jogo não tinha chances de gols. Oportunidades apenas nas jogadas aéreas. Foi assim, que aos 10 minutos, depois de um corte de cabeça errado da zaga Al Ahly, Douglas chutou para fora. No lance seguinte, quase os egípcios marcaram, após uma cabeçada.

Por volta dos 20 minutos, Tite fez uma mudança tática que fez o Corinthians melhorar no aspecto ofensivo. Ele colocou Emerson - que teve uma atuação apagada - para a direita, deslocou Danilo na esquerda e Paulinho começou a avançar mais. Assim, o time brasileiro começou a pressionar mais a defesa do adversário.

Quando era melhor no jogo, o Corinthians conseguiu fazer seu único gol. Com claros problemas de posicionamento, o sistema defensivo do Al Ahly se complicava em todas as bolas cruzadas.

Foi em um rebote da defesa, após a batida de um escanteio, que Douglas fez um cruzamento para Guerrero acertar uma cabeçada para o chão. Aí, o Corinthians dominou o jogo até o final do primeiro tempo, pois o adversário também não se lançava ao ataque com tanto ímpeto.

Como era de se esperar, o Al Ahly veio com uma postura mais ofensiva tempo final etapa, assim o Corinthians teria todas as chances de liquidar a partida nos contra-ataques. Só que o time de Tite recuou demais e não conseguia mais tocar a bola como no primeiro tempo, principalmente no campo de ataque.

Assim, sem muita ambição ofensiva, o Corinthians foi dando campo ao Al Ahly, que conseguia boas investidas pelas laterais - onde os meias e atacantes corintianos não detinham o avanço dos alas adversários. Pelo lado direito de seu ataque, o time egípcio teve sua melhor chance no jogo, quando Fathi desperdiçou uma chance clara de gol, frente a frente com Cássio. Muito atrás, o Corinthians, viu o campeão africano ficar muito tempo com a bola no ataque.

Saber controlar o adversário é bem diferente do que ter uma cautela excessiva, como aconteceu com Corinthians no segundo tempo contra o Al Ahly. O time brasileiro tem todas as condições de conquistar o Mundial, só que agora não vai poder abdicar do direito de atacar - ou ter opções de armar um contra-ataque -, pois o adversário na final, com certeza, não será tão fraco quanto o Al Ahly.

Até a próxima.
Mais pitacos em: @humbertoperon

O jornalista viajou a convite da Toyota

'DESTAQUE'
Para Messi, que bateu na semana passada o recorde de gols feitos em um só ano. Marcar 85 gols - ou mais - em 12 vezes é uma marca espetacular e o torna um dos grandes da história do futebol. O que aumenta mais os méritos do craque argentino é que ele não é um jogador que fica esperando o passe para fazer a conclusão. Em muitos desses tentos ele fez toda a jogada até a bola terminar no fundo das redes - sem dizer os passes perfeitos que deixam os companheiros na cara do gol.

'ERA PARA SER DESTAQUE'
No momento em que Corinthians e São Paulo disputam finais de torneios importantes, o Palmeiras continua parado, sem nenhum planejamento para o próximo ano. O processo eleitoral do clube vai atrasar toda a preparação do time para 2013. Assim, vai ficar impossível contratar bons jogadores e refazer o time que já teve vários jogadores dispensados. Lembrando que o Palmeiras deve estrear na Libertadores já em fevereiro.

humberto luiz peron

Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve às terças-feiras no site da Folha.

 

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