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humberto luiz peron

 

16/12/2012 - 15h18

A Terra é alvinegra

O Corinthians é o campeão do Mundo, assim como fora em 2000. Se alguns ainda contestam a primeira conquista, o feito de 2012 não dá argumentos para alguém que queira tirar o brilho da façanha. É bom lembrar que o Corinthians conquistou o mundo - aliás, atravessou o planeta para buscar o troféu - de maneira invicta. O time não foi derrotado na Libertadores e conseguiu dois triunfos no Mundial.

Um detalhe importante que torna o bicampeonato mundial incontestável, é que o Corinthians enfrentou o campeão europeu, no mínimo, em igualdade de condições durante os 90 minutos - no segundo tempo, até fazer o gol, o time dominou o jogo -, fato não acontecia há muito tempo em uma final do Mundial.

O time brasileiro ganhou de 1 a 0, mas não foi aquela vitória em que uma equipe se defende durante os 90 minutos e acha um gol numa jogada de sorte. A equipe teve coragem de encarar o Chelsea e, por isso, cedeu ao rival várias chances de gol, que exigiu três grandes defesas de Cássio.

Aliás, o mundo agora só é alvinegro, porque goleiro teve participação fundamental. Se não fossem suas atuações no campeonato continental, o Corinthians nem teria disputado o torneio mundial no Japão. Contra o Chelsea, ele operou três milagres e evitou que o seu time saísse atrás no marcador na decisão e com extrema justiça foi eleito o melhor jogador do campeonato

Dúvida até a estreia no Mundial, o peruano Guerreiro deve ser incluído na lista dos grandes heróis corintianos. Além de marcar os dois gols do Corinthians no mundial, ele atuou muito bem em ambas as partidas. Contra o Chelsea, ele infernizou a zaga do time inglês, mostrou oportunismo e senso de colocação, para enfiar a bola para o fundo das redes, depois de uma confusão na área.

Poderia comentar também a atuação excelente de Danilo, a mobilidade de Paulinho, o utilíssimo Jorge Henrique, da eficiência de Ralf e também de Emerson, protagonista na campanha vencedora da Libertadores. Só que nessa conquista é preciso valorizar o trabalho feito pelo técnico Tite.

Ele armou um time que sabe muito bem o que faz em campo. Desde o Brasileiro do ano passado, o Corinthians é uma equipe extremamente difícil de ser batida. Também, graças ao trabalho do seu treinador, sua equipe está sempre muito bem postada em campo, ainda consegue marcar muito bem e dificilmente desperdiça as oportunidades de decidir uma partida.

O conhecimento de sua equipe faz com que Tite tenha um grande índice de acerto nas alterações que ele faz.

A entrada de Jorge Henrique, no lugar de Douglas, no jogo contra o Chelsea foi fundamental para a vitória corintiana. A troca anulou os avanços de Ashley Cole também serviu para que algum jogador corintiano pudesse explorar as costas do lateral. Isso fazia o zagueiro David Luiz - que fez uma grande partida - sair muito da área para realizar a cobertura do lateral, o que deixava espaços no outro lado da defesa - só para lembrar: foi assim que surgiu a jogada do único tento da partida.

Por fim, não poderia deixar de falar da torcida do Corinthians. Eu continuo com a tese que torcida não ganha jogo, mas é importe dizer que a festa e o barulho que os torcedores fizeram nos estádios japoneses eu nunca tinha visto em jogos de times brasileiros no exterior - nem em partidas da seleção brasileira.

Parabéns a todos os corintianos. Hoje, no futebol, os sofredores não são vocês.

Até a próxima.
Mais pitacos em: @humbertoperon

o jornalista viajou a convite da Toyota

DESTAQUE

Apesar da conquista do Corinthians é preciso reconhecer que os nossos clubes são desconhecidos no cenário mundial. Aqui no Japão, apesar do grande número de corintianos presentes, os nipônicos, em sua maioria, tinham clara preferência pelo Chelsea, que sempre passa algum período da temporada em solo japonês. Chegou o momento de nossas equipes brigarem para ter um período no ano reservado para jogos internacionais.

ERA PARA SER DESTAQUE

Aqui no Mundial, em todas as competições da Fifa e em vários campeonatos do mundo, os relógios dos placares sempre mostram o tempo de partida. Só no Brasil o torcedor vai ao estádio e fica privado de saber uma informação importante do jogo.

humberto luiz peron

Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve às terças-feiras no site da Folha.

 

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