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humberto luiz peron

 

24/12/2012 - 17h25

Um torcedor vale mais que 30 milhões

DE SÃO PAULO

Sempre que há a publicação de uma pesquisa que mostra qual seria o tamanho das torcidas do futebol brasileiro, como a revelada pelo Datafolha recentemente, segue-se uma grande discussão.

De um lado, os que aparecem nas primeiras colocações comemoram a confirmação de sua massa de torcedores - sobra espaço para provocar, dizendo que a torcida do rival está acabando - de outro, os que perderam espaço questionam os critérios da pesquisa e logo mostram outras enquetes em que o número de seus aficionados é maior.

Particularmente, acho que essas pesquisas têm seu valor. Os números consolidados podem servir de base para que os incompetentes departamentos de marketing de nossos clubes façam algum plano eficaz, por exemplo.

Entretanto, esse tipo de pesquisa mostra o resultado da soma de duas classes bem distintas: a de simpatizantes e de torcedores efetivos.

Os simpatizantes têm a preferência por um time da mesma maneira que escolhem uma determinada marca de sabão em pó, por exemplo. Se, quando for comprar seu produto rotineiro, não tiver na prateleira, ele pega outro e nem vai reclamar por isso.

Do mesmo modo, se o time que diz torcer perde ou ganha, isso não representa nada para ele, pois o simpatizante não sabe qual o colocação da equipe no torneio, muito menos consegue escalar um time.

Enquadro também na categoria simpatizante aqueles pesquisados que respondem sua preferência por determinado time só porque ele está em evidência naquele momento, ou até aqueles que gostam de estar sempre junto da maioria.

Já o torcedor efetivo é aquele que acompanha o time durante o ano todo, indiferentemente dos resultados. Aliás, para o aficionado, pouco importa o tamanho da torcida, quanto menos torcedores o time dele tiver, melhor. Pois ele não precisa dividir o amor ao seu clube com muitas pessoas.

O torcedor verdadeiro é um egoísta - não admite que alguém saiba - ou goste -- mais de sua paixão futebolística que ele.

O sonho do fanático é - se possível - estar sozinho na arquibancada, gritando a plenos pulmões o nome de seu time, em um estádio lotado de torcedores adversários. Por isso, se tornam épicas as vitórias em que a torcida do adversário encheu o estádio, mas seu time, apoiado com pouco mais de uma dúzia de torcedores, venceu. O apaixonado sempre pensa que todo mundo está contra o seu clube.

No futebol, tamanho de torcida pode servir até como propaganda, mas a paixão que você sente pelo seu time nunca vai ser superada - nem por uma massa de 30 milhões.

Até a próxima!
Mais pitacos em: @humbertoperon

DESTAQUE
Para a péssima situação do Vasco, que termina 2012 perdendo vários jogadores, sem dinheiro e com inúmeros problemas administrativos. Pelo jeito, no próximo ano, os vascaínos, infelizmente, terão muitas dificuldades para ver em campo um time capaz de honrar a grandeza do clube. Uma pena!

ERA PARA SER DESTAQUE
Grêmio e São Paulo já no início da temporada de 2013 terão de enfrentar jogos decisivos para se classificarem para a fase de grupos da Copa Libertadores. Os clubes precisarão mudar o planejamento de suas pré-temporadas, já que atuarão na altitude com seus jogadores longe da forma ideal - o São Paulo na Bolívia e o Grêmio no Equador.

humberto luiz peron

Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve às terças-feiras no site da Folha.

 

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