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gilberto dimenstein
Estamos pedindo demais?
Chegou a reta final das eleições paulistanas em que se falou tanto do "novo" e não se viu, de fato, nenhuma proposta inovadora para a cidade de São Paulo -- o que se viu é a repetição de obviedades. Pior ainda, na maioria dos casos, os valores das propostas são chutes - e nem números existem. Temas básicos foram corrupção, religião e quem é apoiado por quem na busca de manchar reputações. Será que estamos pedindo demais dos candidatos?
O problema, em essência, é que existe uma verdade eleitoral. As candidaturas são orientadas por pesquisas - e elas dizem que o eleitor quer. E, assim, o candidato, se quiser vencer, tem de inventar alguma vitrine, que tem mais a ver com os sonhos dos que com a realidade. Só isso. É o primado dos marqueteiros.
Quando se cobra o detalhamento de propostas, falam-se duas linguagens. Uma delas, a da cidadania, exige que se diga de onde sai o dinheiro e se aquela é a melhor prioridade. A outra é a da eleição, que ocorre no nível simbólico.
Como os marqueteiros estão cada vez mais orientando as campanhas e seus programas, o que vemos é desfile e imagens, ou seja, um show - e não de programas.
Ou seja, o que o eleito fará fica só depois das eleições.
Isso não significa que eu seja pessimista: a cada eleição, a cidade é discutida, graças em parte aos meios de comunicação e organizações comunitárias, com mais profundidade.
![gilberto dimenstein](http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11133184.jpeg)
Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.
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