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lúcio ribeiro

 

11/09/2012 - 03h12

Salvem o 1

DE SÃO PAULO

No último lance do último jogo da última rodada do Brasileirão, domingo, Bernard fez o terceiro gol do Atlético-MG no Palmeiras, afundando o time de Felipão no Z4 e resgatando o moral do Galo rumo ao título.

O lançamento para o significativo gol foi dado pelo goleiro Victor, que sinceramente acho rivalizar com Ronaldinho como a aquisição mais importante desse "novo Galo". Victor, veja, foi o melhor jogador de uma goleada de seu time. E, veja dois, até passe para gol deu.

Ressalto isso porque o grande drama do Atlético-MG nos últimos tempos era não ter goleiro. Desde Diego Alves, herói da campanha da Segundona-2006. Tanto que, Victor contratado, o presidente atleticano Alexandre Kalil correu ao Twitter: "Torcida mais chata do Brasil, se o problema era goleiro não é mais".

Na semana passada, escrevi sobre "fazedores de gols". Hoje é para os "evitadores", ou os que até fazem de um jeito ou de outro, já que nos últimos dias os camisa 1 ganharam destaque absurdo. Isso desde a morte do famoso Félix, o do "mágico" Mundial do México, que foi desta magoado com a máxima de que o Brasil ganhou a Copa "apesar dele". A polêmica foi reativada.

História à parte, vieram dos goleiros neste final de semana dois dos mais espetaculares lances de todos os tempos, sem exagero. Ambos amplamente divulgados em sites esportivos e replicados no YouTube.

Criciúma e América-MG, pela Série B, sábado. Ataque do time mineiro, cruzamento para o atacante Fábio Junior, que escora devagar, para fácil defesa de Michel Alves (sem parentesco com o da seleção). Ao se levantar para repor rápido a bola, ela escapa de suas mãos e vai às redes, num dos gols-contra mais bizarros de que se tem notícia. Fábio Júnior saiu tímido para comemorar. O gol não era dele.

No mesmo sábado, também na segundona, mas na Dinamarca, vem um lance que roteirista de Hollywood nenhum botaria em filme com receio de ser chamado de "exagerado", mesmo se tratando de uma ficção. Com o time perdendo por 1 a 0, nos acréscimos da partida, o goleiro do time chamado Frem, Jakob Kohler, largou sua meta e foi se aventurar na área adversária em um escanteio-desespero. Num bate-rebate, a bola volta à área e Kohler, o goleiro (o goleiro!!), ensaia uma bicicleta sensacional e...

Escrevo esta coluna antes do decisivo (não é? não foi?) amistoso Brasil x China de ontem, o do goleiro-teste Diego Alves, esse do Galo-2006. A pouco menos de dois anos do Mundial no Brasil, país este que tem um livro sobre goleiro há quatro semanas na lista dos mais vendidos, ainda não sabemos quem será nosso 1 titular na nossa Copa.

Ele nem precisa saber fazer gol salvador de bicicleta no último minuto. Mas, do jeito que vamos, não transformando em gol contra uma bola fácil que já estava dominada já vai estar bom demais.

lúcio ribeiro

Lúcio Ribeiro é jornalista de cultura pop, editor do blog Popload, no UOL, colaborador da "Ilustrada", mas acha que no fim gosta mais de futebol do que de música. Na versão impressa de "Esporte", escreve às terças sobre "qualquer assunto bom".

 

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