Mariliz Pereira Jorge

Jornalista e roteirista de TV.

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Mariliz Pereira Jorge

Bala de prata chamada Michelle

O imbrochável parece que vai ter de engolir a fraquejada; espero estar errada

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Jair Bolsonaro continua o mesmo. A entrevista concedida à jornalista Mônica Bergamo mostra que está mais em forma do que nunca. Raso, vitimista, desclassificado, fala com naturalidade sobre a hipótese de virar garoto-propaganda de imóveis nos Estados Unidos, avalia sua popularidade pelo fato de que encheu uma hamburgueria e comeu de graça: "Enchi a pança". Que pesadelo.

Como esse sujeito foi presidente do Brasil e quase se reelegeu para um segundo mandato? Não é uma pergunta retórica. A reportagem me rendeu um "meudeusdocéu" atrás do outro. Eu me pergunto como não perdemos a capacidade de nos chocar com tanta barbaridade, com tanta distopia. Talvez porque ele sempre conseguiu nos surpreender. Negativamente, claro.

Passei quatro anos chamando-o e a seu governo de pesadelo. Não houve dia em que nós, cidadãos, não acordássemos aos sobressaltos. Não tinha fim de semana, feriado, Natal, com um pouco de paz. E, agora, prestes a se tornar inelegível, fala num tom de desdém sobre todo o processo e seu futuro político.

Sobre o Brasil, sobre como poderia fazer diferença se voltasse ao poder, sobre que planos teria para a população, nada. Basicamente diz que não quer abandonar seu país porque aqui há clima para "falar besteira" e "contar piada de tudo que possa imaginar". É ou não um pesadelo?

A única coisa importante: Bolsonaro blefa. Ele diz ter uma bala de prata para 2026, sem revelar qual. Não tem. A não ser que se refira à Michelle, ideia que, segundo consta, o faz dar "pulos" de contrariedade. Na entrevista, admitiu pela primeira vez, se não estou equivocada, que, se ela quiser, pode, mas que a alertou sobre sua falta de experiência. Como se ele tivesse alguma para ser presidente. Ora, por que eles falam sobre essa possibilidade se ela não for uma? Porque o imbrochável parece que terá de engolir a fraquejada. Podem me cobrar. Espero estar muito errada.

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A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro - Gabriela Biló/Folhapress

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