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rita siza

 

17/03/2012 - 07h01

Ensaio pré-olímpico aguça curiosidade para Londres

Um dos bónus para os amantes do esporto em anos olímpicos é a oportunidade de ver os melhores atletas do mundo competir várias e repetidas vezes sempre ao melhor nível: para chegar a Londres, eles têm de ultrapassar as fases qualificativas, e por isso as provas e competições que noutros anos podiam ser menos apelativas para os grandes nomes tornam-se, de repente, num palco onde querem actuar todas as super-estrelas.

Aconteceu agora com os Mundiais de pista coberta de atletismo em Istambul, na Turquia. É difícil lembrar uma edição tão disputada e tão sensacional, com marcas incríveis e até vários recordes a cair, num agradável prenúncio de ainda maior espectáculo nos Jogos Olímpicos. A competição em Istambul foi o mais próximo possível de um ensaio (quase) geral para as provas no estádio de Londres: por um lado, chamou a nossa atenção para alguns novos nomes que podem surpreender em julho; por outro confirmou as expectativas relativas ao nível competitivo das estrelas já consagradas. Os dados foram definitivamente lançados, e a curiosidade aguçada para a possibilidade de concorrência cerrada e batalhas interessantes em várias modalidades.

Nesse particular, atenção redobrada para a atleta brasileira Fabiana Murer, actual campeã do mundo do salto com vara. Uma das principais notícias a sair da Turquia foi o regresso fulgurante da russa Ielena Isinbaieva à competição, que depois de dois anos de dúvidas e indecisões se mostrou imbatível: com um salto vencedor de 4,80 metros, conquistou o seu quinto título em pista coberta. Mas a prova também demonstrou a forma da francesa Vanessa Boslak, medalha de prata, e ainda a revelação da britânica Holly Bleasdale como uma séria candidata olímpica --a jovem de 20 anos vai beneficiar de todo o apoio do público quando saltar em Londres.

A Fabiana prescindiu do Mundial "indoor" para rentabilizar o seu tempo de preparação para a olimpíada, e estava à espera de uma boa prestação da sua rival (e amiga) Isinbaieva em Istambul. Com as concorrentes já fora de prova, a russa ainda arriscou, sem sucesso, o recorde mundial, colocando a fasquia nos 5,02 metros --ultrapassar a barreira dos 5 metros é um dos objectivos declarados de Murer, que sonha pelo ouro olímpico: força!

Mas a saltadora russa não esteve sozinha no capítulo dos "relançamentos" de Istambul, onde a maioria dos regressos mais esperados foi coroada de sucesso e medalhas, com destaque para o ouro da queniana Pamela Jelimo nos 800 metros. Nos 3000 metros, a sua compatriota Hellen Obiri estragou a festa à etíope Meseret Defar, que buscava um quinto título seguido. Poderá a vingança servir-se em Londres?

De resto, boas indicações para os Jogos Olímpicos tanto dos Estados Unidos --que dominaram os Mundiais com umas impressionantes 18 medalhas, dez das quais de ouro -- como dos anfitriões britânicos. E uma palavra sobre a carreira de Yamilé Aldama, a atleta de 39 anos que venceu a prova do triplo salto e quase de certeza conquistou o direito de desfilar como capitã da delegação do Reino Unido. Tendo em conta que a mudança de nacionalidade da atleta, que nasceu em Cuba e antes representou internacionalmente o Sudão, só foi definitivamente aprovada esta semana, essa poderá ter sido a sua maior conquista.

rita siza

Rita Siza é jornalista do diário português "Público", onde acompanha temas de política internacional, com ênfase na América Latina. Do futebol ao pebolim, comenta sobre diversos esportes e dedica particular atenção às Olimpíadas. Escreve aos sábados no site da Folha.

 

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