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rita siza

 

02/11/2012 - 20h25

Esporte eleitoral

DO PORTO

Os americanos vão finalmente às urnas na terça-feira, depois de uma campanha que quase toda a gente considera demasiado longa.

Foram meses a ouvir argumentos do Presidente democrata Barack Obama e do seu adversário republicano Mitt Romney: ideias e soluções para criar mais emprego, promover o crescimento da economia, equilibrar o défice público, retirar tropas do Afeganistão, pressionar o regime iraniano, estender a mão aos aliados europeus, aumentar a produção energética, apoiar a educação, eliminar a desigualdade, etc, etc...

Agora, espera-se que os eleitores façam a digestão de todas estas propostas, apreciem as capacidades e características de cada um dos candidatos à Casa Branca e votem em liberdade e consciência. Ou então, que se deixem influenciar pelo resultado do seu time no fim de semana.

Parece esquisito, mas vários estudos detectaram uma "correlação estatística" entre o resultado dos jogos de futebol americano no fim-de-semana antes da eleição e o resultado final da votação. Segundo um estudo de um grupo de economistas de universidades da Califórnia, publicado em 2010 na revista da Academia Nacional de Ciência americana, a vitória da equipa local, mesmo antes da votação, aumenta a probabilidade de vitória do candidato que busca a reeleição em cerca de 1,5% em média. Em alguns casos, as hipóteses de vitória aumentavam até 3% -- na actual corrida presidencial, que todas as sondagens dizem estar em situação de empate técnico, essa é uma margem que pode revelar-se decisiva.

Os dados do estudo são impressionantes: os economistas analisaram os resultados dos jogos de 62 times nas vésperas das eleições (para a Casa Branca, para o Senado, para os Governos estaduais) e o desfecho das respectivas votações, entre os anos de 1964 e 2008. O período de tempo é suficiente longo para se acreditar que as conclusões dos investigadores não são coincidências: o esporte tem uma capacidade tal de entusiasmar uma pessoa, que esse sentimento de satisfação ou contentamento tem um reflexo imediato no seu processo de decisão (politica), levando-o a ser mais tolerante ou generoso com o Presidente que está no poder.

Esse estudo é muito interessante, mas mesmo assim de não permite explicar uma das inúmeras superstições de Washington, que diz que um Presidente conseguirá um segundo mandato se os Redskins, o time de futebol americano da capital, vencerem o último jogo em casa antes da eleição. Desde 1940, essa regra nada científica que liga esporte e política só falhou uma vez, em 2004, quando os Redskins perderam e mesmo assim George W. Bush foi reeleito (mas também é verdade é que sempre houve uma certa dose de "mistério" por trás das eleições de George W. Bush...). Por isso muita atenção ao jogo deste domingo contra os Carolina Panthers...

rita siza

Rita Siza é jornalista do diário português "Público", onde acompanha temas de política internacional, com ênfase na América Latina. Do futebol ao pebolim, comenta sobre diversos esportes e dedica particular atenção às Olimpíadas. Escreve aos sábados no site da Folha.

 

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