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valdo cruz

 

30/10/2012 - 03h00

De volta à realidade

A eleição acabou, o mensalão está na reta final, sinal de que a calmaria momentânea vivida pelo Palácio do Planalto nas últimas semanas também está no fim. A tensão deve voltar a reinar em Brasília, principalmente com a volta dos trabalhos do Congresso Nacional, que andou às moscas por conta das disputas municipais.

De volta de suas cidades, os aliados da presidente estão com apetite renovado e terão pela frente algumas votações importantes para o governo. Entre elas, a da medida provisória que reduz o custo da energia elétrica no país, o projeto sobre os royalties do petróleo e a proposta que eleva o investimento em educação a 10% do PIB (Produto Interno Bruto). Temas que devem agitar os parlamentares, oportunidade para tentarem tirar do Palácio do Planalto benefícios represados.

Um assessor presidencial, contudo, avalia que, apesar do final de ano agitado, a vida da chefe não deve ser tão complicada assim. Ele explica por quê. Primeiro, a presidente tende a segurar as mexidas ministeriais até conseguir aprovar o que considera essencial, como a MP do setor elétrico. Bem a seu estilo, ela só distribuirá benefícios à sua base aliada depois que os governistas entregarem a fatura.

Segundo, o PMDB deve ser cooperativo. Afinal, tem o compromisso da presidente de que ela vai apoiar os peemedebistas na eleição da presidência da Câmara e do Senado. O PMDB, nos dois últimos anos do primeiro mandato de Dilma, vai comandar as duas Casas do Congresso.

Ou seja, pode até criar uma dificuldade aqui, outra ali, mas não vai querer colocar em risco seu projeto de ter o controle do Legislativo numa fase crucial para seu projeto em 2014. Qual seja: garantir cada vez mais espaço político no governo Dilma e seguir como companheiro de chapa na próxima eleição presidencial.

A dúvida no ar é como vão se comportar os aliados do governador Eduardo Campos (PSB-PE), que saiu da eleição como um aliado cada vez mais distante. O governo avalia que o PSB deve seguir votando com o governo. Afinal, Eduardo Campos ainda não é, oficialmente, candidato a presidente. Deseja retardar ao máximo essa definição. Lá na frente, contudo, assessores presidenciais apostam que ele será, sim, candidato. Mas não interessaria a ele, neste momento, romper com o governo. Perderia espaço importante na Esplanada dos Ministérios.

Além disso, o PSD já sabe que vai ganhar um ministério no governo Dilma e vai operar para ganhar, cada vez mais, a confiança do Planalto. Enfim, turbulências vão surgir pela frente para presidente Dilma, mas o governo acredita que sairá ileso no final desta tempestade de final de ano. Afinal, ninguém quer comprar briga com o governo restando ainda metade do mandato da presidente Dilma. Isso fica para o início do último ano, lá em 2014, quando o xadrez da eleição presidencial ficará mais claro.

valdo cruz

Valdo Cruz é repórter especial da Folha. Cobre os bastidores do mundo da política e da economia em Brasília. Escreve às segundas-feiras.

 

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