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Interventor nomeia general do Exército como secretário de Segurança do Rio

Richard Fernandes Nunes vai coordenar o trabalho de inteligência, assim como as polícias militar e civil 

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Rio de Janeiro

O general da ativa do Exército Richard Fernandes Nunes comandará a secretaria de Segurança Pública do Rio durante o período da intervenção federal na pasta. Oficialmente nomeado nesta terça-feira (26) pelo interventor, o general Walter Braga Netto, Nunes já era o mais cotado dos candidatos à vaga. 

Será a primeira vez que um general da ativa comandará a pasta desde a redemocratização. Até então, apenas generais e coronéis da reserva haviam assumido a pasta.

O general Walter Braga Netto, interventor no Rio
O general Walter Braga Netto, interventor no Rio - Pedro Ladeira/Folhapress

Nunes ficará com a responsabilidade de coordenar o trabalho de inteligência da secretaria, assim como as polícias militar e civil. 

Caberá ao general interventor reunir sob sua responsabilidade as pastas de Segurança Pública, Administração Penitenciária, Bombeiros e Defesa Civil na intervenção que irá até dezembro deste ano. 

Além de Nunes, foi anunciado nesta terça o responsável pelo Grupo de Trabalho da intervenção federal, o general Mauro Sinott Lopes, braço direito do interventor.

O interventor surpreendeu as expectativas ao não anunciar os nomes para comandar as polícias do Rio. O coronel Wolney Dias, comandante-geral da PM, e o chefe da Polícia Civil, Carlos Augusto Neto Leba, mantiveram, por ora, seus cargos. 

Segundo o interventor Braga Netto, um dos objetivos da da intervenção será recuperar as polícias e reduzir os índices de violência do Estado. "Vejo a intervenção como uma janela de oportunidade para conseguir esse dois objetivos. A intervenção é gerencial e uma oportunidade para desenvolvermos expertise", afirmou Braga Netto.

MARÉ

O novo secretário de Segurança Pública teve participação na ocupação do Complexo da Maré, zona norte do Rio, entre 2014 e 2015. Com vistas a Olimpíada de 2016, o governo federal autorizou o uso de militares das Forças Armadas na Maré.

A ideia seria iniciar o trabalho para que no futuro fossem instaladas UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) em parte das 16 favelas do complexo, que fica às margens da Linha Vermelha, principal rota dos turistas que chegam ao Rio pelo aeroporto do Galeão. 

Nunes comandou a operação por três meses, de dezembro de 2014 a fevereiro de 2015. Nos 14 meses em que esteve ativa, graças a decretos de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), as Forças Armadas gastaram cerca de R$ 600 milhões. 

A operação ficou marcada por dificuldades de relacionamento entre a população e militares, que não conseguiram expulsar os criminosos que atuavam no local. O que ocorreu foi uma espécie de acordo tácito entre as duas partes. Militares evitavam circular por áreas com bandidos e traficantes passaram a circular sem ostentar armas de grosso calibre. 

Mesmo assim, houve momentos de tensão, como quando em outubro de 2014 militares ficaram encurralados por tiros de traficantes na favela Salsa e Merengue, que faz parte do complexo. 

Atualmente, quase três anos da saída das forças de segurança, duas facções de tráfico e um grupo de milícia disputam os territórios do Complexo da Maré.

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