Descrição de chapéu Mobilidade urbana

SP mudará 25% das linhas de ônibus a partir de 2019

Edital ainda prevê frota menor em 2019; atendimento ampliará, diz gestão Doria

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São Paulo

A gestão João Doria (PSDB) pretende alterar uma em cada quatro linhas de ônibus da capital paulista a partir de 2019. Das atuais 1.336 linhas, 336 serão unificadas ou desmembradas em duas ou mais, na maior mudança já feita em pelo menos 15 anos.

O número de ônibus nas ruas também cairá —serão 936 a menos que os atuais 13.603.

Ainda assim, a Secretaria dos Transportes, que conduz a mudança na gestão Doria, diz que nenhuma área da cidade ficará sem atendimento e que haverá um aumento de 9% da rede de ruas e avenidas cobertas por ônibus.

 
Duas pessoas aguardam de pé e três sentadas em ponto de ônibus na avenida Paulista. Elas são vistas de costas. Em frente a elas, um ônibus azul se aproxima da parada do lado esquerdo, enquanto do outro lado da avenida, um ônibus laranja passa.
Passageiros aguardam ônibus em parada na avenida Paulista, na região central de SP - Danilo Verpa/Folhapress

A prefeitura promete ainda elevação de 10% na disponibilidade de assentos nos coletivos, devido à adoção de veículos maiores no sistema.

O plano faz parte da licitação para contratar novas empresas de ônibus, num contrato que pode chegar a R$ 66 bilhões no período de 20 anos.

Com a maior alteração na organização das linhas desde 2003, a concorrência é também aposta da gestão Doria para a reorganização da rede.

A prefeitura estima que a mudança nas linhas se inicie seis meses depois da assinatura dos contratos —que deveria ocorrer até julho, quando a atual contratação das viações termina e não poderia mais ser prorrogada.

Na prática, os passageiros só deverão sentir as mudanças a partir de 2019. A partir daí, a secretaria afirma que as alterações serão lentas e graduais, para facilitar a compreensão da população.

“A nova rede levará 30 meses para ser implementada. Existirão linhas em que nós vamos manter o serviço antigo e ao mesmo tempo iniciar o novo para que a população se adapte”, disse o secretário Sérgio Avelleda (Transportes).

A mesma mudança na rede de ônibus de São Paulo já havia sido tentada pela gestão Fernando Haddad (PT), após os protestos de junho de 2013 por mudanças na mobilidade. O projeto, porém, ficou barrado no Tribunal de Contas do Município. 

DÚVIDAS

Durante o processo de licitação, a principal dúvida da população enviada à prefeitura foi justamente sobre quais linhas seriam mantidas, alteradas ou eliminadas.

Em 28 de fevereiro, a gestão contabilizou que 92% das contribuições à minuta do edital tinham esse objetivo. 

O ambiente de dúvidas gerou uma série de boatos e falsas informações nas redes sociais. Enquanto isso, a Secretaria de Transportes foi pressionada a dar maior transparência às mudanças, que constavam em uma extensa minuta do edital da licitação.

A publicação de dados de forma mais acessível ocorreu na sexta (2), três dias antes do fim da consulta pública.

NOVO MODELO

Hoje a capital paulista tem dois sistemas de ônibus. O primeiro, chamado de local, visa trajetos dentro dos bairros. O segundo, estrutural, abrange distâncias maiores entre regiões diferentes da cidade.

A nova organização deve incluir um terceiro sistema intermediário. Ele coletará passageiros nos bairros e os conectará com ônibus que cumprem distâncias maiores.

A ideia é que, de um lado, o novo sistema deixe os ônibus locais mais livres -permitindo que eles atendam mais ruas e com esperas menores. De outro, que haja menos interferência desses veículos menores nas grandes avenidas, destinadas aos grandes ônibus. Assim, os ônibus maiores ganhariam em velocidade média.

A prefeitura diz esperar mais agilidade com o novo sistema, mas os passageiros terão que fazer mais baldeações para cumprir trajetos que hoje fazem com uma só viagem.

Segundo especialistas, para que dê certo, o novo modelo deve investir em vias exclusivas para o trânsito de ônibus, garantindo a prioridade ao transporte público.

Erramos: o texto foi alterado

Diferentemente do informado anteriormente, 336 linhas serão alteradas, e não 334

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