Uma proposta de decreto legislativo, de autoria do vereador Gilberto Natalini (PV), que já conta com 21 assinaturas tem objetivo de anular a regra que estende a ex-prefeitos os serviços de segurança pessoal prestados pela Polícia Militar.
Segundo o decreto do Executivo, revelado pela Folha nesta segunda-feira (5), o ex-prefeito terá direito ao serviço pelo período de um ano a partir do momento em que deixar o cargo. Doria deve deixar a prefeitura no início de abril para concorrer ao governo do estado, e poderá desfrutar da proteção policial durante o período em que eventualmente estiver em campanha.
O projeto de decreto legislativo ainda precisa ser votado. Natalini diz ter conseguido duas assinaturas a mais do que o necessário para dar entrada no pedido. Agora, a aprovação depende de 28 votos.
O documento conta com vereadores da oposição, mas também da base do prefeito, como as ex-secretárias de Assistência Social, Soninha Francine (PPS); e de Direitos Humanos, Patrícia Bezerra.
De acordo com a assessoria de Natalini, Fernando Holiday (DEM), do Movimento Brasil Livre, Claudio Fonseca (PPS), Police Neto (PSD) e Eduardo Suplicy (PT), também estão entre os signatários.
O texto também diz que não seria correto mobilizar policiais militares em meio a uma crise da segurança no país.
O vereador Camilo Cristófaro (PSB), um dos signatários, afirmou no plenário que foi "mais um tiro no pé do senhor prefeito de São Paulo". Ele afirmou que o Doria fez o decreto pensando "nele mesmo" e que se trata de medida "inconstitucional".
Patrícia Bezerra também criticou Doria. "É profundamente incoerente de uma pessoa que defende o estado mínimo, que diminui secretarias que são símbolos de lutas como a de Igualdade Social e Mulher; que tem diminuído serviços públicos, fazer esse tipo de solicitação", afirmou Patrícia.
PASSO ATRÁS
O prefeito deu um passo atrás nesta quarta-feira (7) em relação ao decreto assinado por ele.
Em vídeo divulgado em redes sociais, prefeito prometeu devolver todo o valor correspondente aos cofres públicos da cidade. Os policiais militares que fazem a segurança do prefeito (e agora de ex-prefeitos) são pagos pelo governo do estado e tem suas gratificações custeadas pelo município.
“Reembolsarei a prefeitura de São Paulo integralmente o valor mês a mês correspondente a esse serviço. Exatamente como faço com o meu salário”. Doria disse que os reembolsos serão acompanhados pela Controladoria Geral do Município.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.