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Reabertos, parques lineares de SP estão sujos, com mato alto e sem segurança

Reportagem percorreu 8 dos 24 parques sem grades da capital; todos tinham problemas graves

Tatiana Cavalcanti
São Paulo | Agora

Parques lineares de São Paulo estão sujos, com mato alto e sem segurança. Em alguns, a área de lazer não existe ou está em condições precárias. A reportagem percorreu 8 dos 24 parques sem grades da capital na última segunda-feira (26). Todos eles tinham problemas graves.

Do total, seis tinham indicação de não visitação desde dezembro por conta da febre amarela. A visitação voltou a ser indicada a partir de sexta-feira (30).

Na zona leste, o parque linear Rio Verde, em Itaquera, está com a placa da entrada pichada, assim como as grades ao lado do córrego, com a água cheia de lixo.

A atendente de telemarketing Marina França, 23, costuma atravessar o parque todos os dias para cortar caminho e reclama do “cheiro insuportável” de urina no local e da falta de segurança. “De manhã já tem gente fumando maconha. Sinto frequentemente a sensação de insegurança ao caminhar neste lugar.”

Parque Linear Rio Verde, em Itaquera (zona leste), tem ferrugem nos equipamentos de ginástica - Rubens Cavallari/Folhapress

O parque linear Zilda Arns, na Vila Prudente, tem dois banheiros, que estão pichados. Um está trancado e o outro, sem duas portas de cabine. As pias não têm torneiras.

Na zona sul, o parque linear Nove de Julho, uma das entradas está com aspecto de abandono, com lixo jogado na frente de um dos portões. O parquinho tem brinquedos de madeira isolados por mato alto.

Há seguranças nas duas portarias, mas vizinhos reclamam da insegurança na região. “Às vezes acontecem assaltos aqui”, disse uma contadora de 43 anos que preferiu não se identificar. 

Uma das piores situações é no parque linear Fogo, em City Jaraguá (zona norte), dominado pelo mato alto. Frequentadores reclamam que o parque está abandonado há seis meses e que a prefeitura retirou equipamento de ginástica.

“Não podemos mais fazer exercícios”, diz Antônio José de Almeida, 54. O parquinho tem brinquedos enferrujados e sem pintura, cobertos por mato. A quadra de futebol é de terra e as traves não têm rede.

No Rio Pequeno (zona oeste), o parque linear Sapé, já visitado outras vezes pelo Vigilante, continua com descarte de lixo e imóveis, córrego sujo e mato alto. Equipamentos de lazer estão quebrados. As quatro traves dispostas em dois campos de futebol estão sem redes.

outro lado

A prefeitura, sob gestão João Doria (PSDB), e o governo do estado, sob gestão Geraldo Alckmin (PSDB), responderam pontualmente a cada um dos problemas apontados pela reportagem, prevendo solucionar as falhas.

Em relação ao mato alto e à sujeira em córregos, dizem que vão programar ou já programaram limpeza. Sobre quadras e campos de futebol, além dos banheiros, prometem reparos em breve.

A Secretaria Estadual do Meio Ambiente afirmou que faz licitação para contratar empresa para manutenção de parques na zona leste. Sobre o parque linear Rio Verde, disse que “os equipamentos de ginástica estão funcionando” e que o parque “conta com vigilantes 24h”.

No mesmo parque, a Secretaria Municipal da Saúde disse que a carreta Doutor Saúde não funcionava por “problema na agenda do médico” e que “a situação será normalizada em breve”. A Secretaria da Segurança Pública não comentou sobre críticas de insegurança.

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