Grafiteiro aproveita jogo da Copa e pinta pipa gigante em ladeira de SP

Durante partida da seleção, argentino TEC grafitava rua em Perdizes

O grafiteiro argentino Tec e seu mural em um prédio ao lado do elevado Costa e Silva, em SP - Pedro Saad/Folhapress
Filipe Mauro
São Paulo

Moradores de Perdizes, na zona oeste de São Paulo, tiveram uma surpresa na última sexta (6) após a derrota do Brasil para a Bélgica, na Copa do Mundo.

Enquanto assistiam à partida da seleção pelas quartas de final, o artista plástico argentino TEC, que prefere não revelar seu nome verdadeiro, grafitava uma grande pipa azul e amarela sobre o asfalto da rua Bartira.

Quem desce a ladeira oposta, rumo à avenida Sumaré, com o desenho em perspectiva fica com a impressão de que o papagaio gigante, que tem cerca de 40 metros de comprimento, está sendo empinado.

Pipa pintada em Perdizes por Tec durante a Copa - Danilo Verpa/Folhapress

Essa não é a primeira intervenção urbana de TEC. Só na zona oeste da capital paulista, ele também foi o autor de outros grafites no asfalto como sapos, ratos e uma lagartixa —todos grandes como um quarteirão.

A seu ver, "esses são animais que evocam temas lúdicos, que remetem a uma infância de brincadeiras de rua, assim como empinar pipa".

A primeira pipa foi pintada em 2015, no bairro de Americanópolis, na zona sul da cidade. TEC explica que "lugar nenhum no mundo tem mais pipas do que aquele bairro, o que faz compreender como a pipa é significativa para as crianças de São Paulo".

A escolha dos dias para a pintura não é fortuita. Durante partidas de futebol e em dias de feriado, o trânsito pelas ruas de São Paulo é menos intenso e, segundo TEC, fica mais fácil trabalhar sobre o asfalto sem borrar.

O material e o horário também auxiliam. "Eu uso tinta para piso, que adere melhor; mas dou preferência para pintar em horas mais quentes do dia, quando a secagem é mais rápida".

Questionado sobre se seu trabalho incomoda vizinhanças, ele garante que não. "A maior parte do público são crianças e há até quem traga comida para ele", diz Laura Rago, sua produtora.

A única exceção foi em 2011, quando moradores da rua Capote Valente, em Pinheiros, zona oeste, confundiram as patas e a cauda de uma lagartixa com símbolos satânicos. "Moradores reclamaram e, quando menos imaginava, um porteiro vestido de fraque estava com um balde de tinta preta e um rolinho na mão apagando o desenho".

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.