A missão era complicada. Jurandir, escalado na ponta-esquerda do Grêmio, foi escalado para marcar o principal craque do Internacional, o volante Paulo Roberto Falcão.
O Gre-nal, em maio de 1979, no estádio Beira-Rio, poderia definir campeonato gaúcho.
O técnico da ocasião, Orlando Fantoni, tomou uma decisão ousada: colocou o atacante, que era reserva, para anular o jogador mais técnico que entraria em campo. Na época, Falcão já jogava na seleção brasileira e havia ajudado a garantir uma série de títulos ao Internacional nos anos anteriores.
“A minha foi marcação individual mesmo, o campo todo. Se o Falcão fosse para o banheiro, a ordem era ir junto”, diria Jurandir, anos depois, ao jornal Zero Hora.
A missão foi cumprida de maneira tão satisfatória que, além de ganhar vaga no time titular, o ponta passaria a ser conhecido como o “homem que parou Falcão”.
O clássico terminou empatado sem gols, fazendo com que o Grêmio conquistasse aquele turno. Depois,
o time venceria o estadual.
Para o clube, ele foi um dos principais responsáveis pelo título gaúcho daquele ano. Jurandir ainda faria parte da equipe vencedora do gaúcho no ano seguinte e do Campeonato Brasileiro de 1981.
O jogador também atuou em outros clubes, como Novo Hamburgo, Avaí e Bahia.
Nos últimos anos, longe dos campos, vinha atuando como assessor em gabinetes de ex-jogadores do Grêmio que entraram para a política gaúcha, como Tarciso Flecha Negra e Cassiá Carpes, vereadores em Porto Alegre.
Jurandir morreu no dia 26, aos 67 anos, vítima de um câncer no fígado. Deixa a mulher, dois filhos e três netos.
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