A Polícia Federal prendeu, na manhã desta segunda-feira (8), dois homens suspeitos de fazer parte da máfia italiana. Eles foram detidos em Praia Grande, no litoral sul paulista.
As investigações apontaram que os suspeitos integram um braço na América do Sul do grupo conhecido como Ndrangueta (lê-se Andrágta ou Andragueta).
Segundo a PF, o grupo mafioso, que está baseado na região da Calábria (sul da Itália), seria o responsável pelo controle de cerca de 40% dos embarques globais de cocaína, sendo também o principal importador da droga para a Europa.
Os detidos são Nicola Assisi e seu filho, Patrick, que estavam em uma lista de “foragidos perigosos” elaborada pela polícia italiana.
Eles foram presos em uma cobertura de um prédio de alto padrão. No local, foram encontrados armas, documentos falsos, dinheiro em espécie e veículos. Nicola e Patrick não resistiram à prisão e estão detidos em um local não revelado por motivo de segurança.
A ordem de prisão foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, a pedido da representação da Polícia Federal junto à Interpol, que contou também com a cooperação da polícia italiana.
PRESOS
Nicola já foi condenado a 14 anos de prisão pela Justiça italiana pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico.
Pai e filho estavam foragidos desde 2014. Usando documentos falsos, a dupla chegou a viver em Portugal e na Argentina antes de fixar moradia no Brasil.
A PF informou que a cobertura usada como esconderijo possuía um sofisticado sistema de vigilância, com câmera em 360 graus instalada na área externa, o que possibilitava a identificação de todas as pessoas que acessavam o prédio.
A operação foi conduzida pela Polícia Federal do Paraná e batizada de Barão Invisível.
Pelo Twitter, o ministro da Justiça, Sergio Moro, parabenizou a Polícia Federal pela operação que deteve os mafiosos. "Brasil não deve ser refúgio para criminosos", disse.
A Polícia Federal não descarta a participação da máfia em esquemas de envios de grandes quantidades de drogas em contêineres para a Europa a partir de portos brasileiros, como o de Santos (litoral de São Paulo). "Apreensões recentes de centenas de quilos de drogas nos portos serão confrontadas com os traços dessa organização criminosa", disse a PF.
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