O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, criticou nesta quinta (12) a decisão do governo do Distrito Federal de suspender as aulas na rede pública por cinco dias por causa do aumento de casos do novo coronavírus no país. Ele considerou a medida precipitada.
“Ontem eu vi governador de Brasília: vou suspender a aula por cinco dias. Eles têm um caso [são dois]. Aí você suspende a aula, os alunos vão para as suas casas, pai e mãe tão trabalhando, com quem ficam as crianças? Com os avós. Quem é o maior grupo de risco? Os idosos”, declarou em evento no Rio de Janeiro com o prefeito carioca Marcelo Crivella (Republicanos).
“Você sabe que a criança é assintomática ou tem uma forma leve da doença. Vamos protegê-las para não pegarem a gripe e vamos mandá-las para a casa dos avós? Depois de uma semana, dez dias, você vai começar a ver os idosos aparecerem nas unidades de saúde em bloco com dificuldade respiratória”, continuou.
Além das aulas, o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), determinou que ficarão suspensos por dez dias eventos públicos que promovam a aglomeração de pessoas, como shows, missas e jogos. Ainda não está claro se isso pode impactar a manifestação a favor de Jair Bolsonaro (sem partido) marcada para domingo (15), em Brasília.
Ao comentar sobre o protesto, Mandetta disse que o Brasil ainda está vivendo normalmente e que “o consumo de chopp no Rio de Janeiro continua igual”, mas criticou o comportamento do brasileiro e recomendou que quem estiver resfriado não vá.
"O Ministério da Saúde não manda em ninguém. O Brasil segue funcionando, as pessoas seguem andando em ônibus, por exemplo. Mas, o meu conselho é: se você está resfriado, não vá. Se for, busque não ficar em aglomerações, lave as mãos e use álcool em gel. Ontem o Maracanã recebeu 63 mil pessoas. Não deve ter sido uma entrada distanciada, seguindo os protocolos. Nós precisamos seguir as orientações", afirmou.
Ele informou ainda que o ministério está aguardando 20 milhões de máscaras que chegarão na próxima semana. “[Estamos] conversando com o embaixador da China para retomar a produção de EPI [equipamento de proteção individual], o EPI está apertado, o mundo mais rico comprou, estocou. Agora que está entrando no nosso inverno.”
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