Uma família de quatro irmãos de Magé, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, cavou uma sepultura para conseguir enterrar a própria mãe no Cemitério Municipal II de Vila Esperança. O vídeo com a cena de duas das filhas cavando a cova circulou pelas redes sociais nesta quinta-feira (18). Nem prefeitura nem familiares informaram a causa da morte.
Segundo uma das filhas narra, na gravação feita por celular, não havia nenhum coveiro no cemitério no horário do enterro. Conforme mostra o vídeo, os filhos usaram uma pá e uma enxada e fizeram uma cova rasa para colocar o caixão.
"Venho informar aqui a pouca vergonha aqui em Magé, no Cemitério II da Vila Esperança. Esta aqui que está no caixão é nossa mãe. Não tem um coveiro aqui para enterrar. Quem está enterrando são os quatro filhos. E não tem um coveiro. Pelo amor de deus, minha mãe está sendo tratada pior que um cachorro. Isso é muito triste", diz a filha no vídeo. A reportagem não conseguiu conversar com familiares.
Por meio de nota, a Prefeitura de Magé informou que assim que tomou ciência do ocorrido, o prefeito Renato Cozzolino (PP) exonerou o diretor do cemitério “pela atitude inadmissível que ocorreu na unidade Magé II”.
Ainda conforme a prefeitura, a família teve o processo do funeral todo agilizado pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos. Porém, quando o corpo chegou ao cemitério, todos os coveiros tinham sido liberados para o horário de almoço.
“Lamentamos profundamente e informamos que todas as medidas já foram imediatamente tomadas pela gestão municipal”, afirma a nota. Ainda segundo a prefeitura, a vítima, identificada apenas como Ana Maria, morreu no Hospital Municipal de Magé com insuficiência respiratória, causada por um possível quadro de tuberculose.
O teste da Covid-19 foi realizado na paciente e deu negativo. "A senhora se encontrava em situação de vulnerabilidade e os familiares receberam toda a assistência necessária para emissão de documentos que permitissem os trâmites do auxílio funeral gratuito à família que solicitou o benefício junto à prefeitura".
Procurada, a família da senhora não se manifestou.
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