Descrição de chapéu Obituário Luiz Fernando Ribeiro do Carmo (1943 - 2021)

Mortes: Levou amor, respeito e genialidade ao Carnaval do Brasil

Laíla, como era conhecido, iniciou sua vida carnavalesca no Salgueiro

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São Paulo

Ícone do Carnaval, Pelé do samba e mito. Assim se referiu André Vaz, presidente da Acadêmicos do Salgueiro, a Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, o Laíla.

Gênio do Carnaval que abrilhantou os desfiles na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, Laíla morreu na última sexta (18), aos 78 anos, em decorrência da Covid-19.

Segundo nota de pesar da Beija-Flor de Nilópolis, o carnavalesco já havia recebido as duas doses da vacina contra o coronavírus e permanecia isolado em casa.

Nascido na Tijuca, no Rio de Janeiro, ele iniciou no Carnaval na Salgueiro. Como diretor de harmonia, conquistou sete títulos para a agremiação onde também foi compositor, intérprete, ritmista e diretor de vários segmentos.

Luiz Fernando Ribeiro do Carmo (1943-2021)
Luiz Fernando Ribeiro do Carmo (1943-2021) - Reprodução / Adiel Carteiro Poeta no youtube

Vaz disse à Folha que Laíla estava entre as personalidades convidadas pela Salgueiro para desfilar pela escola em 2022. Na avenida, a agremiação falará sobre resistência.

“Ele foi um salgueirense que batalhou muito pela escola e foi importantíssimo para o Salgueiro, fez história no Carnaval. Depois, seguiu o caminho para brilhar na Beija-Flor e trouxe muitos títulos”, diz Vaz.

Na Beija-Flor, Laíla atuou por quase três décadas —de 1975 a 1980, entre 1987 e 1992, e 1994 e 2018. No período mais recente somou oito vitórias.

Ao longo de 50 anos de Carnaval, Laíla também emprestou seu talento às escolas Unidos da Tijuca, Vila Isabel, Grande Rio e União da Ilha, a última agremiação na qual atuou no Rio. Em São Paulo, foi convidado para trabalhar pela Unidos do Peruche e a Águia de Ouro.

“Ele é um ícone do Carnaval, referência a vários sambistas do Rio, São Paulo e para o país. Um mito. Brigou pela cultura do samba e para o seu reconhecimento mundial. De personalidade forte e guerreiro, não aceitava a derrota e sempre brigou pela vitória, mas com respeito. Nos olhos dele, dava para ver o amor incondicional que sentia pelo Carnaval”, afirma Vaz.

"Deixa saudades e aprendizados, como o significado de amar o Carnaval, o samba, o Salgueiro. Que ele conquiste lá em cima o que conquistou aqui: respeito, admiração e carinho”, completa.

Laíla foi uma das pessoas que abriu as portas para a comunidade participar dos desfiles. “Se conseguirmos [alcançar] um pedacinho de sua história, já estaremos fazendo muito pelo samba. Ele foi o Pelé do samba.”

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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