Descrição de chapéu Obituário Robinson Janes (1956 - 2021)

Mortes: Ajudou a formar educadores e a alfabetizar adultos

Robinson Janes ajudou a criar o Movimento de Alfabetização de Adultos de São Paulo

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São Paulo

A calma e o coração grande e bondoso marcaram a existência do pedagogo Robinson Janes.

Paulistano, filho de um alfaiate com uma dona de casa e o segundo mais novo entre quatro irmãos, tinha um espírito caridoso.

“Ele sempre ajudou as pessoas ao seu redor, seja financeiramente, com conselhos, apoio, incentivo em suas vidas profissionais e acadêmicas”, diz o publicitário Marcelus William Janes, 54, um dos irmãos.

“No início de carreira, quando atuou como educador ligado à Secretaria de Assistência Social, foi trabalhar em Campo Limpo. Na época, a região sofreu com enchentes. O Robinson organizava todo o processo para abrigar as pessoas nas escolas e de doações”, completa.

Robinson Janes (1956-2021)
Robinson Janes (1956-2021) - Arquivo pessoal

Sábio perante a vida, nas situações difíceis usava de raciocínio, lucidez e racionalidade.

De classe média baixa, Robinson foi um dos primeiros a cursar mestrado e doutorado na família. Desde a graduação em pedagogia, estudou na USP.

Robinson foi um dos criadores do Mova (Movimento de Alfabetização de Adultos) de São Paulo. Ele integrou a equipe multidisciplinar responsável pelo projeto, juntamente com a equipe de educadores comandados pelo então secretário municipal de Educação, Paulo Freire, durante a gestão de Luiza Erundina, nos anos de 1989 a 1992.

Era professor aposentado pela Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp de Marília (a 435 km de SP).

Militante, estudioso e trabalhador da educação, apaixonou-se pelas questões sociais ainda criança. Em 1982, foi um dos fundadores do PT (Partido dos Trabalhadores) de Poá, na Grande São Paulo, e na faculdade esteve entre os criadores do Centro Acadêmico Professor Paulo Freire, da Faculdade de Educação da USP.

“O Robinson formou cerca de 3.000 alunos, que hoje são pedagogos, educadores de ONGs, gestores de secretarias de educação e professores espalhados por vários estados”, afirma Marcelus.

Robinson morreu no dia 8 de julho, aos 65 anos, em decorrência de uma hemorragia digestiva. Deixa a esposa, uma filha e três irmãos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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