Ao contrário do que sugerem posts no Twitter, Instagram, Facebook e TikTok, não há evidências de que o anestesista Giovanni Quintella Bezerra, preso por estuprar uma mulher durante o parto em São João do Meriti, no Rio de Janeiro, declarou apoio a Jair Bolsonaro (PL) ou a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Facebook.
Os posts fazendo essa associação do médico com os pré-candidatos à Presidência foram publicados no dia seguinte à prisão, ocorrida em 11 de julho.
Em uma das publicações, sobre uma foto de Bezerra está a legenda "Bolsonaro - Vice: Hamilton Mourão" ao lado do número eleitoral do então candidato à Presidência em 2018, o 17. Mais abaixo, lê-se "Deus, pátria, e família", lema do movimento fascista e anticomunista Ação Integralista Brasileira, fundado por Plínio Salgado em 1932, em São Paulo, e usado por Bolsonaro quando tentou fundar o partido Aliança pelo Brasil, que não foi para frente por falta de assinaturas.
Outra publicação sugere que o anestesista é eleitor do ex-presidente Lula. "Se fosse [apoiador de] Bolsonaro, a manchete da Globo seria: Anestesista bolsonarista é preso por estuprar grávida durante cesária", critica o post. Entre as páginas que Bezerra teria curtido no Facebook está uma chamada Jovens de Esquerda, mas não foi encontrada nenhuma menção de apoio a Lula na rede.
Por meio de investigação utilizando a ferramenta Wayback Machine, que arquiva posts e fotos de perfis antigos ou apagados —o de Bezerra não existe mais—, não foram encontradas evidências do posicionamento político do médico.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.