Passageiros não conseguem deixar Fernando de Noronha após veto a turbojatos

Problema atinge clientes da Gol desde o dia 12 de outubro; pousada relata prejuízo

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Campinas

Dezenas de clientes da Gol estão há dias em Fernando de Noronha sem saber quando conseguirão voltar aos seus destinos. O impasse ocorre desde o último dia 12, quando a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) restringiu operações de pouso de aeronaves turbojatos no arquipélago em Pernambuco.

A Gol não revela o número de passageiros afetados, mas diz que vai fazer uma operação extra em parceria com outra companhia, na próxima quarta (19), para atendê-los.

Fotografia colorida da parte da frente de um avião Gol, visto de perfil virado para a direita e que informa com um adesivo posicionado logo antes da janela dos pilotos “A 1° rota carbono neutro do Brasil: Recife a Noronha”. O avião é da cor branca e tem o logo da Gol estampado na lateral, na cor laranja. Um funcionário do aeroporto é visto à distância no canto inferior esquerdo, usando um colete de segurança e protetor de ouvido da cor laranja
Aeronave da GOL que faz o trajeto ida e volta de Recife a Fernando de Noronha. Clientes da companhia aguardam há dias por uma solução para voltarem ao seus destinos de origem - Divulgação

Segundo a Anac, a medida deve-se à verificação de risco à segurança das operações, dos passageiros e tripulantes e será mantida até que o aeroporto comprove que cumpriu as determinações.

A suspensão atingiu os clientes da Gol, que operava dois voos diários entre Recife e o arquipélago justamente com esse tipo de aeronave. Os passageiros estão desde então à espera de uma solução da companhia para voltar para casa.

"A gente já teve mais de dez cancelamentos só neste mês de outubro. O prejuízo financeiro passa de R$ 50 mil. Infelizmente, não temos o que fazer. É uma necessidade que a obra seja feita no aeroporto. Agora só nos resta esperar", disse Marcelo Cardoso, gerente de uma pousada em Fernando de Noronha.

Em 2019, segundo a Anac, durante uma inspeção, foi constatada a degradação de trechos da pista, ainda em nível médio de severidade, e que necessitava de recuperação. A obra não teria sido realizada até o dia 26 de setembro deste ano.

A Anac disse que apenas foram feitos reparos pontuais e paliativos, com um asfalto pré-misturado a frio –esse tipo não tem aderência adequada à camada asfáltica existente e costuma apresentar desprendimento quando o pavimento é submetido a esforços durante a operação de aeronaves turbojato.

A Gol afirmou ter avisado aos clientes por diversos canais, desde o dia 6.

A companhia disse que, na quarta-feira (19), fará uma operação extra em parceria com a Voepass para atender os passageiros com bilhetes para o trecho Noronha/Recife que ainda permanecem no arquipélago e afirmou que está oferecendo todas as facilidades, conforme as necessidades de cada caso.

O Governo de Pernambuco, por meio da Seinfra (Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos de Pernambuco), disse que está investindo mais de R$ 60 milhões na requalificação completa do Aeroporto de Fernando de Noronha para adequá-lo aos modelos atuais e futuros de movimentação das aeronaves na ilha.

A recuperação preliminar da pista de pouso e decolagem foi iniciada no dia 6 de outubro, de acordo com a Seinfra, com a mobilização de materiais e equipamentos necessários para a execução de reparos.

Essa obra tem duração prevista de 60 dias e, após a conclusão dessa fase, está prevista uma nova vistoria da Anac no equipamento. As demais intervenções, que incluem a readequação de capacidade da pista, requalificação do pavimento, sistema de drenagem e implantação de sinalização devem ser finalizadas em 12 meses.

A Dix Aeroportos, empresa concessionária do aeroporto, disse, em nota no início de outubro, que, desde 2019, a Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos iniciou a requalificação da pista de forma emergencial e, em seguida, será feita a reestruturação completa.

A empresa também afirmou que fez investimentos superiores a R$ 1 milhão em obras de manutenção na pista a fim de garantir as condições operacionais de segurança.

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