Viúva é presa sob suspeita de envolvimento na morte do marido no Rio

Delegado diz que seguros de vida de R$ 600 mil seriam a causa do crime

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Rio de Janeiro

A Polícia Civil prendeu nesta quarta (19) duas pessoas suspeitas de envolvimento na morte do motorista de aplicativo Alberto de Oliveira Gomes, 68. Ele foi encontrado morto em uma área de mata no Alto da Boa Vista, na zona norte do Rio de Janeiro, no último dia 4.

A viúva Andreia Ramos Cortes e o amigo dela, o pai de santo Marcos Filipe Oliveira Santana, são suspeitos de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. A polícia não soube dizer, até a noite desta quinta (20), se os presos tinham advogado.

O delegado Alexandre Herdy afirmou à Folha que Andréia confessou o crime. Já o pai de santo negou envolvimento no assassinato. "Ela confessou que planejou e executou o crime. E conta que Marcos a teria ajudado, inclusive ele teria sido o responsável por fornecer a substância que ela usou para dopar a vítima. Mas ele afirma que a ideia foi de Andreia, e que ele não teve participação."

A motivação do crime, segundo o delegado, teria sido o valor de dois seguros de vida da vítima, que totalizavam R$ 600 mil e nos quais Andréia constava como única beneficiária.

Mulher loira mexe no celular
Andreia Ramos Cortes foi presa pela Delegacia de Homicídios por suspeita de envolvimento na morte do marido - Fabiano Rocha/Agência O Globo

A própria mulher procurou a polícia para comunicar o desaparecimento do marido.

Na ocasião, ela foi encaminhada para depor e relatou que, por volta de 13h do dia 26 do mês passado, os dois foram a um shopping em Nova Iguaçu para comprar o enxoval do filho que pretendiam adotar. Em seguida, o motorista foi trabalhar, e ela não conseguiu mais fazer contato com o marido.

Andreia afirmou ter recebido no dia 30, por meio de um grupo de WhatsApp, fotos de policiais militares recuperando o veículo do companheiro no Alto da Boa Vista. Quatro dias depois, ainda segundo seu relato, ela foi ao mesmo local com um homem, achou o corpo e acionou o Corpo de Bombeiros.

O relatório de análise de imagem da Polícia Civil, ao qual a Folha teve acesso, mostra o carro de Alberto em movimento às 21h49 de 26 de setembro, na Vista Chinesa. Treze minutos depois, Andreia aparece sozinha, andando pela rua.

Marcos Filipe afirmou à polícia que, no dia do desaparecimento, estava em seu barracão espírita com Andreia e que ela o ajudou até as 22h30.

No entanto, segundo o inquérito, "Andreia estava no Alto da Boa Vista naquele horário, e as informações prestadas por Marcos Filipe evidenciam seu envolvimento direto no crime".

Uma testemunha contou aos investigadores que passava de moto pelo local quando viu Andreia do lado de fora do carro com Alberto sentado no meio-fio. Segundo o relato, ele aparentava estar dopado e não conseguia se comunicar.

A testemunha afirmou que ajudou a colocar Alberto dentro do carro e, após Andreia agradecê-lo, subiu na moto para ir embora.

Outra testemunha, que presenciou o momento em que a mulher supostamente teria encontrado o marido, afirmou ter estranhado o fato de ela não demonstrar nenhum tipo de reação quando houve a localização do do corpo.

A causa da morte de Alberto ainda não foi esclarecida pela polícia.

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