Descrição de chapéu Rio de Janeiro Alalaô

Imperatriz Leopoldinense recebe troféu do Carnaval aos gritos de a campeã voltou

Festa na quadra da escola tem choro, samba e 15 mil latinhas de cerveja

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Rio de Janeiro

Foi com um beijo na testa que um torcedor da Imperatriz Leopoldinense recepcionou a reportagem após o anúncio da campeã do Carnaval carioca. Abraços e choros ditam o clima na escola de samba do bairro de Ramos, na zona norte do Rio de Janeiro.

O Complexo do Alemão, vizinho à quadra, desceu para ver o troféu chegar do Sambódromo da Marquês de Sapucaí na noite desta Quarta-Feira de Cinzas (22), comemorando a quebra de um jejum de 22 anos. A agremiação já havia conquistado outros oito títulos, de 1980 a 2001.

Torcedores se espremiam envolta do portão do galpão para filmar a placa que chegava nas mãos de João Drummond, diretor-executivo e filho da presidente da Imperatriz, Cátia Drummond. "A campeã voltou", cantou a multidão quando o objeto foi levantado no palco.

Integrantes e torcedores da Imperatriz Leopoldinense levantam troféu do Carnaval carioca de 2023
Integrantes e torcedores da Imperatriz Leopoldinense comemoram a vitória do Carnaval carioca de 2023 - Eduardo Anizelli - 22.fev.23/Folhapress

"Você é o melhor, queremos você aqui ano que vem", afirmou ele ao microfone chamando o carnavalesco Leandro Vieira, que disse à Folha que vai, sim, voltar à escola no Carnaval de 2024. "Ótimo", limitou-se a dizer entre um abraço e outro sobre o sentimento de vencer, que ele conhece bem.

Vieira foi o responsável por fazer a escola voltar a desfilar no Grupo Especial após o rebaixamento de 2019. Fez o mesmo com a Império Serrano em 2022 e foi ainda bicampeão do Grupo Especial com a Mangueira em 2016 e 2019.

A verde e branco narrou na avenida a história de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. O carnavalesco usou como fio condutor o sertão e a chegada do bando de cangaceiros, mas o diferencial foi o que ocorreu com o líder após sua morte: nem o céu nem o inferno o queriam

O diretor de harmonia Thiago Santos, 30, era um dos que chorava copiosamente no palco. "Minha geração não tinha ganhado ainda. É uma geração com muito sangue no olho, que vai preparar muitas outras gerações", explicou, já quase sem voz.

"Neste ano, tive o prazer e a honra de receber esse convite. Fizemos um trabalho transformador, batemos na tecla de que a escola tinha que mudar o jeito de desfilar, que a harmonia não podia ficar de canto. E o resultado tá aí", afirmou.

Vestindo um boné com as letras CPX —sigla de "complexo" que foi alvo de fake news ao ser usado pelo presidente Lula (PT) na campanha deste ano— Juruatan de Albuquerque, integrante da bateria, celebrava a vitória. "Já são 20 anos na escola", disse, emocionado, com uma cerveja na mão.

A escola distribui 15 mil latinhas para celebrar o título. "Chegou o nosso dia" e "o sonho virou realidade", dizia quem se revezava no microfone.

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