Descrição de chapéu yanomami

Irmã do governador de RR é alvo de operação da PF contra lavagem de dinheiro em comércio de ouro

OUTRO LADO: Defesa de Vanda Garcia não foi localizada, e Antonio Denarium diz desconhecer investigação

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Boa Vista

A PF (Polícia Federal) em Roraima fez uma operação nesta sexta (10) para cumprir mandados de busca e apreensão em investigação sobre lavagem de dinheiro envolvendo comércio ilícito de ouro. Uma das investigadas é Vanda Garcia, irmã do governador do estado, Antonio Denarium (PP), conforme fontes da PF confirmaram à reportagem.

A casa de Garcia foi alvo de um dos oito mandados de busca, segundo integrantes da PF. A reportagem não conseguiu contato com a defesa dela.

Não há indícios de envolvimento do governador, segundo a polícia.

Em nota, a Secretaria de Comunicação do governo de Roraima disse que Denarium recebeu a notícia da operação e "desconhece o teor da investigação contra sua irmã, Vanda Garcia". "E espera que as eventuais responsabilidades sejam apuradas na forma da lei."

O governador de Roraima, Antonio Denarium (PP) - Wilson Dias - 29.set.2022/Agência Brasil

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços de suspeitos de integrar uma organização criminosa de lavagem de dinheiro a partir do comércio ilícito de ouro.

O grupo teria movimentado R$ 64 milhões em dois anos, segundo a PF. Empresas de fachada foram usadas na tentativa de dar ar de legalidade às transações financeiras, conforme as investigações. O dinheiro era oriundo de compra e venda de ouro ilegal.

Um dos alvos já foi preso com diamantes em 2010, em operação feita em Rondônia, segundo a PF.

Combate ao garimpo

Também nesta sexta, A PF e as Forças Armadas deflagraram uma operação conjunta para destruição de aeronaves e maquinários do garimpo na Terra Indígena Yanomami. A ação visa instalar bases policiais permanentes, de forma a tentar a retirada dos mais de 20 mil garimpeiros do território. Essas bases devem permanecer por meses na região e serão operadas por policiais da Força Nacional. A operação logística das bases caberá ao Exército.

A operação envolve agentes do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e da Força Nacional de Segurança Pública, vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Na segunda (6) e na terça (7), o Ibama deu início a ações voltadas à tentativa de desmobilização do garimpo ilegal, que provocou surtos de malária e gerou uma crise de saúde pública no território yanomami, com aumento expressivo de casos de desnutrição grave, malária e doenças associadas à fome, como infecções respiratórias, entre os indígenas. Houve destruição de aeronaves e maquinários e apreensão de mantimentos.

A ação inicial do Ibama envolveu poucos agentes, se comparada à operação colocada em prática nesta sexta.

Dezenas de policiais e militares foram enviados a Boa Vista na quarta, para a efetivação das ações na terra indígena. A PF e as Forças Armadas usam helicópteros do tipo Black Hawk, com capacidade para transportar mais de dez policiais cada um. A aeronave considera ideal por forças policiais para esse tipo de operação.

No governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), helicópteros do tipo foram sucessivamente negados pelas Forças Armadas diante de pedidos da PF por apoio logístico para ações na terra yanomami.

A ausência dos militares e a realização de operações com pouco efeito prático levaram a um crescimento e a uma consolidação do garimpo, que avançou por comunidades yanomamis até a fronteira com a Venezuela.

No dia 20, o governo Lula (PT) declarou estado de emergência em saúde pública no território yanomami. Houve reforço de atendimento médico nas regiões mais atingidas, Surucucu e Auaris.

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