Descrição de chapéu Folha Mulher

Contra apagamento, CEU Vila Atlântica vai receber arte de mulheres negras

Projeto faz parte das ações pelo mês das mulheres

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São Paulo

O CEU Vila Atlântica, na Vila Jaraguá (zona oeste de São Paulo), vai receber uma intervenção artística de duas mulheres negras que pintarão a empena de um prédio de 20 metros de altura. A ação faz parte das comemorações do mês da mulher,

A ideia é recontar algumas histórias. As intervenções fazem parte do Projeto "Estamxs Vivxs -Mulheres Emergentes", da artista visual Soberana Ziza.

Pintura da Soberana Ziza que já foi feita no CEU Vila Atlântica
Pintura da Soberana Ziza que já foi feita no CEU Vila Atlântica - Felipe Birdun/Divulgação

"Nossa proposta é promover a criação de obras de grafite e muralismo em grandes formatos que resgatem a história e cultura negra para a preservação e construção de histórias e memórias positivas da presença negra feminina na cidade", destaca Soberana Ziza.

Kelly Reis, uma das artistas que fará a intervenção, é graduada em educação artística e pós-graduada em arteterapia. Ela homenageará a poetisa negra de Goiás Leodegária Brazília de Jesus, com referência ao seu primeiro livro, "Coroa de Lyrios".

"Para mim é uma satisfação muito grande participar do projeto. Primeiro por estar ao lado da Sheyla Ayo, uma artista tão importante, e também pelo local onde vai estar, dentro de uma instituição que já trabalhei. Todos os CEUs significam muito para mim, por ser arte educadora", diz.

Kelly Reis homenageará a poetisa negra de Goiás, Leodegária Brazília de Jesus - Arquivo Pessoal

A outra artista é Sheyla Ayo, formada em artes visuais com pós-graduação em história da arte. Seus trabalhos dialogam com a ancestralidade feminina e ritos de passagem.

"Esse trabalho é uma coisa incrível, indescritível, um sonho realizado. Sempre desenhei os meus sonhos e fazer uma empena, deixar minha marca num local onde as pessoas possam se sentir alimentadas, acalmadas, pensar sobre meu trabalho, me deixa muito feliz. Já tinha desenhado isso uns dois anos atrás e enfim se realizou", afirma.

Sheyla Ayo dialoga com a ancestralidade feminina e a saúde das emoções em suas obras - Arquivo Pessoal

Segundo a idealizadora do projeto, personagens e histórias da cultura negra sofreram apagamento ao longo do tempo e o objetivo da iniciativa é resgatá-las, dando visibilidade e apresentando às novas gerações.

"O CEU Vila Atlântica, na periferia da cidade, será o palco dessas pinturas e também de debates sobre a questão de gênero, racial e direito à cidade. Além da pintura, cada artista participará de um encontro presencial com alunos e professores para apresentação do seu mural, sua trajetória e conversar sobre arte, negritude, apagamento da presença negra, entre outros temas. Pretendemos transformar o CEU Vila Atlântica em um lugar de encontro, aprendizado e reflexão", define Soberana Ziza.

O CEU fica na rua Coronel José Venâncio Dias, 840.

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