Descrição de chapéu inverno clima

Frio leva turistas à feira da madrugada, no Brás, em busca de casaco

Temperaturas devem cair mais com chegada de massa de ar polar a São Paulo

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São Paulo

O auge das vendas de roupas para o inverno foi em junho, mas a queda brusca de temperatura em São Paulo por causa de um ciclone extratropical ainda levou clientes à feira da madrugada, no Brás, em busca de casacos.

Apesar da promessa da manhã mais fria do ano, a média da temperatura na capital durante a madrugada desta sexta-feira (14) permaneceu em dois dígitos, com 11ºC. A mínima absoluta foi registrada já durante a manhã, por volta das 8h, com 4,3ºC em Engenheiro Marsilac (na zona sul).

O frio deve se acentuar a partir desta sexta e durante o fim de semana com o afastamento do ciclone, que deve dar lugar a uma massa de ar polar, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas) da Prefeitura de São Paulo.

foto mostra automóvel de lado. o carro está repleto de manequins e roupas de inverno à venda. vendedor mostra a uma cliente as peças que estão cliente no porta-malas
Comerciante expõe roupas de inverno em carro na feira da madrugada, no Brás, em São Paulo - Rubens Cavallari/Folhapress

A ventania encurtou os dias da aposentada Laura Alencar, 68, em Guarujá, na Baixada Santista. Ela mora em Cuiabá (MT) e está passando férias com a família no estado de São Paulo. "Em Cuiabá, frio é novidade, então a gente não tem roupa para esse frio. Quando compra, a roupa chega lá e fica morando no guarda-roupa."

Com a virada do tempo, a família preferiu retornar à capital para aproveitar os dias. "Não tem porque ficar lá [na praia] naquela ventania, comendo areia."

Perto dali, Ali Haidar, 23, comemorava as vendas das últimas jaquetas corta-vento da estação. "Já foi quase tudo, agora, vamos entrar no jeans". O comerciante trabalha há seis anos na feira, e convidou a reportagem a voltar no próximo inverno para "filmar todas as jaquetas chegando."

Mas há quem pense que o frio ainda não foi o suficiente. Em uma das esquinas tradicionalmente ocupadas por vendedores da feirinha, Jurandir Alves, 58, exibia os casacos no seu automóvel. "Tem que fazer mais um pouquinho para ajudar nas vendas."

Veterano nas malhas, o pernambucano trabalha há dez anos na região. Como o aluguel, especialmente depois da pandemia, inviabilizou a manutenção de uma loja, ele expõe as peças, com manequins, no carro.

"Foi um momento terrível, muita gente quebrando. Mas corremos para a opção da rua, temos que continuar."

Parte dos clientes, precavida, já estava adiantando o presente do dia dos pais, daqui a quase um mês.

"A gente vem uma vez por mês comprar aqui", afirmou a costureira Simone Spolador, 60. Ela e a filha, que tem uma loja, moram em Presidente Prudente, a 550 km da capital.

"Inverno a gente já comprou e revendeu, agora são os presentes para o meu esposo e meus filhos, e minha filha está procurando para o sogro. Porque a próxima viagem é só depois."

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