Descrição de chapéu violência

Castro vai pedir que deputados do RJ pressionem governo Lula por mais ajuda ao estado

Governador quer que bancada fluminense na Câmara se una no combate à crise na segurança

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Rio de Janeiro

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), vai pedir a união da bancada fluminense na Câmara dos Deputados para conseguir mais apoio do governo Lula (PT) no combate à crise de segurança que atinge o estado. Os parlamentares vão se reunir nesta terça-feira (24), às 19h, em Brasília.

O encontro já estava marcado para debtare outros assuntos. O governo estadual, no entanto, viu a oportunidade de usar a reunião para pedir ajuda dos deputados, inclusive dos que fazem oposição a Castro, diante da escalada de violência.

Cláudio Castro e Flávio Dino lado ao lado durante entrevista
Governador do Rio, Cláudio Castro (PL), ao lado do ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), durante entrevista coletiva sobre a ação das forças federais no estado - Ernesto Carriço / Divulgação / Governo do Rio

Na noite de segunda-feira (23), 35 ônibus e um trem foram incendiados em represália à morte do miliciano Matheus da Silva Rezende, conhecido como Faustão. Ele era apontado pela polícia como o braço direito de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, chefe da maior milícia do Rio.

O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), anunciou após os ataques que vai enviar mais homens da Força Nacional ao Rio de Janeiro. Aliados de Castro, porém, querem ainda mais apoio do governo federal.

"O governo federal tem que entrar com a força máxima no Rio. É preciso ter uma integração efetiva entre estado e União, com apoio financeiro, de pessoal e de equipamento", disse à Folha o deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), presidente do partido no Rio.

"Neste momento, só a força não é suficiente. Temos que ter integração entre os Poderes", completou Côrtes, que descarta a possibilidade de pedir uma intervenção federal no estado.

De acordo com os parlamentares que vão participar da reunião, a pauta do encontro será focada na crise de segurança. Os deputados da bancada dizem que há caminho para a união em torno de Castro. Mas alertam que, caso essa aliança se concretize, ela não servirá de carta branca para o governo estadual atuar livremente.

"É preciso ter um conjunto de ações sociais e disposição para um enfrentamento global da violência. Não adianta fazer essa política de ocupação, de trazer o Exército para cá. É preciso entender que área popular não é guerra para ficar atirando e matando preto e pobre", afirmou o deputado Washington Quaquá (PT-RJ), que vai participar da reunião.

Quaquá faz parte da Frente Parlamentar em Defesa das Favelas, criada em junho deste ano. Segundo o deputado, o governo de Castro ainda não procurou nem fez gestos ao colegiado para pedir ajuda no enfrentamento da violência.

"Até agora, nada. Os governos não acenaram para nenhuma política estruturante proposta por nós", disse Quaquá.

Na quarta-feira (25), Castro deve embarcar para Brasília para se encontrar com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Ele vai pedir aos chefes do Congresso o endurecimento da legislação para crime de terrorismo.

"Começo a capitanear a partir de amanhã o pedido claro para endurecer a legislação federal. Crime de terrorismo não pode ter progressão de pena. A pena tem que ser de 30 anos em regime fechado sem progressão", disse Castro durante entrevista coletiva nesta manhã.

"Utilização de armas de guerra, a mesma coisa. Operar serviço público para tráfico, milícia, terrorismo, máfia, também tem que ser um crime de 30 anos sem progressão", afirmou ele.

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