Descrição de chapéu feminicídio violência

Alvo de ameaças, ativista Maria da Penha ganha proteção do Estado

Governo do Ceará incluiu nome da ativista em programa de proteção e diz que vai construir memorial

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São Paulo

A ativista Maria da Penha ganhou proteção das forças de segurança após receber nas redes sociais uma série de ataques e ameaças promovidos por perfis que disseminam o ódio às mulheres.

Em nota, o Governo do Ceará afirmou, nesta sexta-feira (7), que Maria da Penha Maia Fernandes foi incluída no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH), vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

"O programa consiste em um conjunto de medidas protetivas e atendimento jurídico e psicossocial aos defensores e defensoras dos Direitos Humanos em situação de risco ou que sofreram violação de direitos em razão de sua atuação", diz a nota.

Maria da Penha deu origem a lei de proteção a mulheres vítimas de violência, que leva seu nome - Jarbas Oliveira - 30.jul.2021/Folhapress

Maria da Penha é natural de Fortaleza e formou-se na Faculdade de Farmácia e Bioquímica da UFC (Universidade Federal do Ceará), em 1966.

Elmano de Freitas (PT), governador cearense, também se manifestou pelas redes sociais e disse que conversou sobre as ações de proteção com Cida Gonçalves, ministra das Mulheres.

"Manifesto todo o meu apoio a essa grande mulher [Maria da Penha]", escreveu o governador.

O Ministério das Mulheres afirmou, em nota, que Cida esteve "com o governador na segunda (3) para falar sobre a violência sofrida por Maria da Penha 18 anos após a sanção da lei que leva o seu nome, e o estado se prontificou a apoiar".

Natural de Fortaleza, Maria da Penha ficou paraplégica após receber um tiro na coluna em 1983. Ela foi alvo de uma tentativa de feminicídio pelo pai de suas duas filhas —na ocasião, feminicídio não era tipificado como crime.

Ainda de acordo com o Ministério das Mulheres, na conversa entre a ministra e o governador ficou definido que a residência onde Maria da Penha viveu e sofreu violência doméstica será transformada em um memorial, um desejo da própria ativista. A informação de que a casa passa a ser patrimônio histórico do estado foi publicada no Diário Oficial do dia 3.

"Será construído um memorial na casa onde aconteceu o crime contra Maria da Penha. O objetivo é evidenciar ainda mais a importância de fortalecer ações e políticas de combate à violência contra a mulher", escreveu Elmano de Freitas nas redes sociais.

De acordo com o governo federal, fake news de que Maria da Penha teria sofrido um assalto, e não sido vítima de tentativas de assassinato pelo então marido, voltaram a circular recentemente.

"É inaceitável que Maria da Penha esteja passando por esse processo de revitimização ainda hoje no Brasil, 18 anos após ter emprestado seu nome a uma das leis mais importantes do mundo para a prevenção e o enfrentamento à violência doméstica e familiar contra mulheres", disse Cida Gonçalves ao portal do Ministério das Mulheres.

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