Estudante é roubado dentro de estação do metrô de SP e obrigado a fazer Pix de R$ 500

Crime ocorreu no Paraíso, e violência na região tem alterado rotina de escolas e hospitais; OUTRO LADO: Metrô diz reforçar segurança, e SSP diz que caso é investigado

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São Paulo

A ação de criminosos no entorno da estação Paraíso do metrô, que abrange as linhas 1-azul e 2-verde, na zona sul de São Paulo, tem alterado a rotina de quem necessita passar pela região.

Com medo da violência, pais de alunos de um tradicional colégio no bairro criaram grupos em aplicativos de mensagem onde se comunicam e monitoram os passos dos filhos. Um hospital reforçou a segurança e possui uma equipe de escolta para proteger funcionários.

Uma vítima recente desses criminosos foi um estudante de 17 anos atacado no interior da estação, na tarde de 23 de maio.

Plataforma da estação Paraíso, da linha 2-verde do metrô, na zona sul de São Paulo
Plataforma na estação Paraíso do metrô, na zona sul de São Paulo - Rubens Cavallari - 24.set.2020/Folhapress

O jovem, que está matriculado em um colégio particular, já havia passado da catraca e seguia para embarcar em um trem quando foi abordado.

Conforme registrado no boletim de ocorrência, o ladrão ergueu o blusão de moletom que usava para mostrar ao adolescente que estava armado e exigiu dinheiro.

A vítima respondeu que não carregava nenhuma quantia nos bolsos. O criminoso então exigiu que o estudante fizesse um Pix de R$ 500. Intimidado e se sentindo acuado, o jovem fez a transferência e foi liberado pelo ladrão. O valor foi depositado na conta de uma mulher.

A reportagem conversou com a mãe do estudante, uma fonoaudióloga de 53 anos, que pediu para não ser identificada. Ela disse ser revoltante o fato de que dentro de uma estação de metrô, local que deveria ser seguro, os usuários estejam largados à própria sorte.

A SSP (Secretaria da Segurança Pública) da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirma que a Polícia Civil investiga o roubo contra o adolescente, por meio da Delegacia do Metropolitano. "As equipes da unidade realizam diligências visando à identificação do criminoso e do destinatário do valor transferido."

Procurado, o Metrô afirmou reforçar a infraestrutura de segurança na estação Paraíso, com medidas que incluem ampliação e reposicionamento de câmeras do circuito interno, que também passarão a contar com recursos de inteligência artificial, visando respostas rápidas. Outra medida envolve a atuação de policiais militares por meio da Atividade Delegada, em que atuam nas horas de folga recebendo um valor extra.

Do lado de fora da estação os crimes também assustam. O cenário fez com o que o Hcor tomasse medidas contra os crimes "de ocasião".

"Para ajudá-los a ter mais segurança fora do hospital, o Hcor conta com a ‘operação sentinela’, em que agentes acompanham os colaboradores no horário de almoço e nas saídas noturnas até o metrô", disse o hospital, em nota.

"Os colaboradores possuem, ainda, uma linha direta com a central de segurança. Qualquer atitude suspeita pode ser denunciada e será imediatamente investigada, já que possui uma equipe de pronta-resposta", acrescentou.

O Hcor disse também atuar em parceria com a Polícia Militar e com diversos outros hospitais da região do Paraíso. E afirmou que as medidas têm dado resultado. "No último mês não foi registrada nenhuma ocorrência entre os colaboradores."

A reportagem procurou escolas e outros hospitais da região, que preferiram não se manifestar.

De acordo com a SSP, a PM faz policiamento preventivo nos corredores e imediações das estações de metrô e terminais de ônibus, locais com grande circulação de pessoas. A pasta afirma que, de janeiro a abril de 2024, a área da 2ª Delegacia Seccional (Sul) registrou queda de 2% nos roubos em geral, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Ainda segundo a SSP, 1.260 infratores foram presos ou apreendidos na região nos primeiros quatro meses deste ano.

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