A Polícia Federal, com auxílio da Polícia Militar de São Paulo, apreendeu 12 milhões de cigarros contrabandeados na capital paulista, neste sábado (12). Segundo a corporação, é a maior ação do tipo na história do país, equivalendo a 20 carretas cheias.
Os produtos foram encontrados em um galpão no bairro da Liberdade, no centro da cidade.
Um homem foi preso. As apurações irão prosseguir para encontrar os demais envolvidos na prática criminosa, e os maços serão incinerados.
Principal mercadoria contrabandeada do Paraguai para o Brasil, o cigarro fez com que o país deixasse de arrecadar R$ 94,4 bilhões em impostos nos últimos 11 anos.
O mercado ilegal de cigarros, que responde por quatro em cada dez maços consumidos no Brasil, é composto pelas marcas produzidas no país vizinho e que entram clandestinamente, além de produtos fabricados por empresas brasileiras que não pagam impostos.
Dados do FNCP (Fórum Nacional Contra a Pirataria) mostram que os cigarros contrabandeados representaram 33% do mercado em 2022, enquanto os fabricados no Brasil e que sonegam impostos somam outros 8%.
Embora esses 41% sejam um índice mais baixo que os de anos anteriores, a soma do prejuízo acumulado é muito danosa para o mercado brasileiro, segundo o presidente do FNCP, Edson Vismona.
Em 2018, esses dois grupos de cigarros responderam por 54% do mercado, índice que subiu para 57% no ano seguinte —maior percentual da série histórica desde 2012.
O fechamento das fábricas no Paraguai durante a pandemia fez com que a produção caísse: os ilegais representaram 49% em 2020, 48% em 2021 e chegaram aos 41% em 2022.
Segundo o FNCP, a evasão provocada pelo contrabando foi de R$ 8,3 bilhões somente no ano passado, para uma arrecadação de impostos que chegou a R$ 15,9 bilhões.
No ano recorde de participação estrangeira no mercado interno, 2019, o montante chegou a R$ 12,7 bilhões de evasão (R$ 16,26 bilhões, corrigidos pela inflação).
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