Fumaça da amazônia e do pantanal deve seguir intensa nos próximos dias

Frente fria que se forma na Argentina e Uruguai deve trazer pouco alívio para a região Norte, diz Inmet

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São Paulo

A fumaça de incêndios na amazônia e no pantanal que tem se espalhado por ao menos dez estados do Brasil deve continuar intensa por toda essa semana, de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

Imagens de satélite registradas pelo Instituto de Cooperação para a Pesquisa na Atmosfera, que reúne a Universidade Estadual do Colorado e a Noaa (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica), ambas nos EUA, mostram, desde a semana passada, a fumaça que passa sobre áreas de Acre, Amazonas, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Segundo o meteorologista Heráclio Alves, do Inmet, a fumaça vai continuar concentrada nessas regiões.

"Principalmente, na área do Amazonas, de Rondônia, e em Mato Grosso, por exemplo. Essas regiões estão com temperatura muito alta, varia entre 38°C e 41°C, com umidade abaixo dos 30%, pontualmente até abaixo dos 15%. Essa condição de tempo quente e seco favorece tanto o surgimento de novos focos de incêndios, como também intensifica esses focos que já existem", disse ele.

"Além disso, tem a questão do vento, um período que os ventos são mais fortes, então o vento ajuda tanto a propagar os focos, como também a propagar essa fumaça, essa fuligem."

A imagem mostra uma vista da América do Sul a partir do espaço, destacando a vegetação verde na parte norte e o terreno mais árido ao sul. Nuvens brancas estão dispersas sobre o continente e o oceano circundante é visível ao redor. Na parte esquerda da imagem, a oeste do Brasil, na fronteira com outros países, há uma névoa cinza, fumaça proveniente de incêndios
Satélites captam fumaça de incêndios na amazônia e no pantanal que se estende pela fronteira oeste do Brasil e chegou ao sul do país - Divulgação - 19.ago.2024/RAMMB/Cira/Noaa

Contudo, uma frente fria que deve se formar a partir desta quarta-feira (21) sobre o Uruguai, Argentina e o Rio Grande do Sul, promete aliviar um pouco a temperatura e a umidade entre o Paraná e o sul de Mato Grosso do Sul.

"Já áreas ali de Mato Grosso, praticamente não vai ter muito alívio em relação à secura, ou seja, vai ter um alívio nas temperaturas, porém não tem uma condição para chuva. A chuva vai estar mais ali entre o sul e o oeste de Mato Grosso do Sul, mas isso deve ser mais entre quinta e na sexta-feira", explica o meteorologista.

Ele reforça que ao longo desta quinta a frente fria fica mais concentrado no sul do país e depois avança para Mato Grosso do Sul e se expande para São Paulo, causando chuva nessas áreas. Porém, nos estados mais ao norte o alívio se dará apenas na temperatura.

"Quer dizer que esse padrão, essa condição mais seca, ela vai persistir. Ela vai ter um alívio em relação às temperaturas, porém as queimadas e a fumaça devem predominar", afirmou.

Tanto a amazônia quanto o pantanal têm registrado aumento nos focos de incêndio. Na floresta, os números são os piores em duas décadas. Já no pantanal, a temporada de fogo começou antes e os focos de incêndio tiveram aumento de 1.593% na comparação de janeiro a 1º de agosto de 2024 com o mesmo período do ano passado.

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