Biografia

Filho do ex-governador do Ceará Waldemar Alcântara, Lúcio Alcântara, 67, seguiu os passos do pai --esteve à frente do governo cearense de 2003 a 2007. Aos 36 anos, ele foi prefeito de Fortaleza e deputado federal por dois mandatos (de 1983 a 1991). Alcântara entrou na política durante o regime militar. Entre 1971 e 1973, foi secretário de Saúde cearense, sob governo de César Cals, nomeado pelo ditador Emílio Garrastazu Médici e pai de Marcos Cals, adversário tucano de Lúcio nas eleições de 2010. O candidato ressalva a posse de cargos durante a ditadura, que teria sido involuntária. Lê-se no blog do canditato: "Lúcio Alcântara surgiu para a vida pública, involuntariamente, no campo conservador, mas foi, desde o primeiro momento, um ativo colaborador do processo de redemocratização, posicionando-se a favor de eleições diretas, tendo assumido posições progressistas quando de sua atuação na Assembléia Nacional Constituinte". Formado em medicina pela UFC, em 1966, Alcântara voltou à secretaria de Saúde mais duas vezes, em 1975 e 1991. Ainda na área médica, presidiu a Cruz Vermelha no Ceará, em 1976. É casado com a escritora Beatriz Alcântara e um de seus dois filhos, Leonardo, também é deputado federal, o que torna a política um assunto de família. Em 2007, Alcântara trocou o PSDB pelo PR, levando junto Leonardo, o Léo. No ano seguinte, Lula cogitou indicá-lo à vice-presidência de Governo do Banco do Brasil. O cargo acabou ficando com Ricardo Flores, sugerido pela bancada do PMDB. Além de suas ações como político, o ex-governador tem vasta produção intelectual: publicou mais de 40 obras, o que lhe valeu a vaga de titular da cadeira 26 da Academia Cearense de Letras.

Bens declarados na Justiça Eleitoral

R$ 1,4 milhão (39 bens):

- Seis imóveis (R$ 583.034,43)
- Automóvel (R$ 82.868,68)
- Ações (R$ 1.114,48)
- Outros 20 bens

No arquivo da Folha

• (6/3/07)

  E segue a expansão do PR, novo nome do mensaleiro PL. Além da aquisição de parlamentares em série, o partido filiará nesta semana o ex-governador tucano Lúcio Alcântara, que levará consigo os deputados federais do PSDB Léo Alcântara, seu filho, e Vicente Arruda.

• (5/9/06)

  Candidato à reeleição no Ceará, o governador Lúcio Alcântara (PSDB) atacou ontem à noite no horário eleitoral o presidente nacional do partido, senador Tasso Jereissati. Segundo ele, Tasso apóia seu maior adversário, Cid Gomes (PSB). Lúcio disse que recebeu o Estado de Tasso em situação financeira difícil e o criticou por não pedir votos para ele, o que só reforça "a percepção de que ele apóia nosso principal adversário, dada as relações históricas que ele mesmo mantém com o grupo opositor".

• (31/8/06)

  Apesar da proibição da Justiça Eleitoral, o governador Lúcio Alcântara (PSDB), candidato à reeleição no Ceará, voltou a colocar na sua propaganda eleitoral imagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
  A gravação foi feita na segunda-feira, no Palácio do Planalto. Lúcio levou a equipe de sua campanha eleitoral, que filmou tudo

• (6/6/08)

  O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu ontem indicar o ex-governador do Ceará Lúcio Alcântara (PR) para substituir o peemedebista Maguito Vilela na vice-presidência de Governo do Banco do Brasil. A indicação foi recebida com mal-estar pelo corpo técnico do banco. O BB cobra cerca de R$ 8 milhões de uma empresa ligada ao deputado federal Léo Alcântara (PR-CE), filho de Lúcio.
  Lula se sentia em dívida política com Lúcio. No primeiro mandato do petista, Lúcio se aproximou de Lula quando era filiado ao PSDB, partido que faz oposição ao governo federal. No segundo mandato, Lúcio foi cotado para diversas vagas no segundo escalão. O PR cobrava fortemente a sua indicação para o banco.

• (20/7/10)

  O atual governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), lidera a disputa pelo governo do Estado e, se a eleição fosse hoje, seria reeleito no primeiro turno, aponta o Datafolha. Segundo a pesquisa, Cid tem 47% das intenções de voto mais que a soma de seus adversários, que, juntos, têm 36%. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. O levantamento é o primeiro após a oficialização das candidaturas no Ceará. O atual governador aparece 21 pontos à frente do ex-governador Lúcio Alcântara (PR), que tem 26% das intenções de voto e dirigiu o Estado de 2003 a 2006. Para tentar reverter a desvantagem, Alcântara poderá ter a campanha mais cara do Estado e a segunda mais custosa do país entre os candidatos a governador R$ 50 milhões de limite máximo, atrás apenas do teto de R$ 58 milhões de Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo. Alcântara, ao homologar sua candidatura, ainda buscou associar sua imagem à presidenciável Dilma Rousseff (PT), apoiando a candidatura da petista e dizendo que o verdadeiro palanque dela seria ao seu lado.