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Candidatos - Presidente

Dilma

PT - número 13

Nome completo: Dilma Vana Rousseff

Coligação: Para o Brasil Seguir Mudando (PRB / PDT / PT / PMDB / PTN / PSC / PR / PTC / PSB / PC do B)

Data de nascimento: 14/12/1947

Sexo: Feminino

Estado: Minas Gerais

Estado civil: Divorciado

Grau de instrução declarado: Superior Completo

Ocupação declarada: Economista

Biografia

Numa viagem recente a Belo Horizonte, Dilma Rousseff encontrou uma velha amiga do colégio Sion, escola na qual cursou o ensino fundamental a partir de 1955 na capital mineira. "Ela me disse que só uma aluna da minha turma era psiquiatra, tirando também outras duas que eu conheço e seguiram carreira profissional." E o restante? "As outras todas eram donas de casa."

O Sion era um colégio de freiras. Só para meninas. Eram educadas para debutar nos bailes de 15 anos. Não que fosse uma escola fácil. Quando Dilma chegou com o uniforme azul marinho para o primeiro dia de aula, aos 7 anos, a professora escreveu um texto no quadro negro e ordenou: "Copiem".

"Eu tinha feito o jardim de infância no Isabela Hendrix. E lá não se ensinava a escrever. A gente pintava. Eu entrei no primeiro ano completamente analfabeta. E tinha uma porção de meninas de um colégio chamado 12 de Dezembro. Todas sabiam escrever. E eu, não. Minha mão suava, borrava o caderno. Eu tentava copiar como se fosse desenho sem saber o que estava copiando."

A partir desse episódio, Dilma diz ter desenvolvido "uma vontade de aprender a ler que era um horror". Foi incentivada pelo pai, o búlgaro naturalizado brasileiro Pétar Russév --cujo nome depois foi aportuguesado para Pedro Rousseff. "Ele foi uma pessoa que teve forte vínculo com todos os movimentos de transformação europeus", relatou a ministra da Casa Civil em uma das sessões de conversa que concedeu à Folha desde janeiro deste ano.

Primeiro, foram livros infantis, "uma coleção da Melhoramentos, uns livrinhos desse tamanhozinho, assim", diz Dilma, indicando que eram edições de bolso. Depois, os contos dos irmãos Grimm, os alemães que popularizaram fábulas como Cinderela, Branca de Neve e João e Maria. Mas logo as leituras foram mudando de tom. "Eu li "Germinal" aos 14 anos", diz, citando o mais famoso romance do francês Émile Zola, de 1885, conhecido pela descrição naturalista, bem crua, das condições de trabalho sub-humanas de mineiros de carvão.

"Ela teve uma formação intelectual precoce. Lia muito, de histórias em quadrinhos até Marcel Proust e Jean-Paul Sartre. Sou cinco anos mais velho, mas lembro-me dela no movimento secundarista já dando aula para futuros vestibulandos", diz Claudio Galeno Linhares, 67, que foi casado com a ministra nos anos 60.


FAMÍLIA

O pai de Dilma, Pedro Rousseff, veio para a América Latina na década de 30 do século passado. Viúvo, deixara um filho, Luben, na Bulgária. Passou por Salvador, Buenos Aires e acabou se instalando em São Paulo. Fez negócios na construção civil e com empreitadas para grandes empresas, como a Mannesmann.

Já estava havia cerca de dez anos no Brasil quando, numa viagem a Uberaba, conheceu a professora primária Dilma Jane Silva, nascida em Friburgo (RJ), mas radicada em solo mineiro. Casaram-se e tiveram três filhos. Igor nasceu em janeiro de 1947, Dilma, em dezembro do mesmo ano, e Zana, em 1951. A família escolheu Belo Horizonte para morar.

Levavam uma vida confortável. Passavam férias no Espírito Santo ou no Rio. Às vezes, viajavam de avião. Não era uma clássica família tradicional mineira. Os filhos não precisavam ter uma religião. Escolhiam uma fé se assim desejassem. O pai frequentava cassinos, gostava de fumar e beber socialmente.

Quando morreu, em 1962, Pedro deixou a família numa situação tranquila. Cerca de 15 bons imóveis garantem renda para a viúva Dilma Jane até hoje. Um dos apartamentos fica no centro de Belo Horizonte.

Foi exatamente esse apartamento o usado por Dilma Rousseff no final dos anos 60 para fazer reuniões com colegas militantes de esquerda e preparar ações a favor da luta armada contra a ditadura militar.

Ao terminar o ginásio, em 1963, Dilma prestou concurso para fazer o clássico em ciências sociais (um dos ramos do ensino médio daquela época). Em 1964 começou no Colégio Estadual Central. "Esse era "o" colégio de Belo Horizonte. Ali acontecia toda a agitação política estudantil da cidade", recorda-se Fernando Pimentel, 58, ex-prefeito de Belo Horizonte (2005-2008) e também ex-aluno do Estadual Central --no qual frequentava uma célula política comandada pela pré-candidata do PT ao Planalto.

Quando começou o clássico, em 1964, Dilma teve contato com militantes da esquerda organizada. "Foi a primeira vez que eu soube que as pessoas iam presas por crime de opinião", recorda-se. Em 31 de março daquele ano, o país sofreu um golpe de Estado. Uma ditadura militar se instalou.

Ao se aproximar dos grupos de esquerda, Dilma recebeu um texto para ler. "Era um livrinho. Chamava-se "Acumulação Primitiva". Era um dos capítulos mais vitais do "Capital", do Marx. Li e não entendi. Aí eu perguntei o seguinte: "afinal de contas, ele é a favor dos trabalhadores ou não?'"

É raro Dilma tratar de temas mais filosóficos e não inserir uma citação literária. Sobre religião, por exemplo, fala dos romances de Fiódor Dostoiévski (1821-1881), permeados do conceito de que, "se Deus não existe, tudo é permitido". Ao ser presa acusada de subversão pela ditadura militar, em 1970, sua ficha preenchida pela polícia paulista continha a inscrição "não tem religião" em um dos campos.

Hoje, a ministra contemporiza. Numa sabatina na Folha, em 2007, disse: "Fiquei durante muito tempo meio descrente. Acredito que as diferentes religiosidades são fundamentais para as pessoas viverem. A gente não pode achar que existe aquele seu Deus". Mas ela acredita em Deus? "Eu me equilibro nessa questão. Será que há? Será que não há? Eu me equilibro nela."


MILITÂNCIA

Egressa do Sion, Dilma tinha facilidade não apenas com literatura, mas também com matemática. No movimento estudantil secundarista, entre reuniões para discutir política e como seria a próxima passeata de protesto, a simpatizante da Polop dava aulas particulares. A Polop era como todos se referiam à Organização Revolucionária Marxista Política Operária. Mais tarde, em 1967, o grupo virou Comando de Libertação Nacional (Colina).

"O Zé Aníbal estudava no colégio Marconi e lá não tinha boa formação em matemática. Então fui eu estudar matemática com ele, na minha casa, todos os dias", diz Dilma. O Zé Aníbal que estudou com Dilma em 1966 é o deputado federal José Aníbal (PSDB-SP), à época também um simpatizante da Polop em Belo Horizonte. Os dois passaram no vestibular e entraram juntos para a Face (Faculdade de Ciências Econômicas) da UFMG.

O futuro deputado tucano teve a ajuda da futura petista não só para aprender matemática. Na primeira semana de aula, em 1967, a Polop estava tentando destronar um pouco o grupo político de esquerda AP (Ação Popular), ligado à Igreja Católica, então dominante no movimento estudantil.

Zé Aníbal foi escolhido para ser candidato a representante dos primeiranistas. "A Dilma fez muita campanha para mim. Trabalhou como cabo eleitoral. Ganhei por um voto de diferença contra o candidato da AP", relata o hoje deputado federal pelo PSDB paulista.

Ser da Polop era estar por dentro do que se passava nas principais rodas políticas e culturais de Belo Horizonte. "A Polop misturava de tudo. Tinha Lênin, Marx, Rosa de Luxemburgo e uma pitada de Trotsky. Era o grupo mais intelectualizado. O pessoal da AP rezava o dia inteiro. Os do PC do B só liam Mao Tse-Tung. A Polop era um movimento iluminista", descreve Apolo Heringer, 67, um dos gurus da esquerda belo-horizontina nos anos 60.

Não era um grupo numeroso. Basta dizer que um dos principais veículos a conduzir os militantes para cima e para baixo era um Volkswagen sedã verde abacate. O Fusca foi o presente que Zé Aníbal ganhou do pai ao entrar na faculdade. Dilma andou muito naquele fusquinha.

A verdade é que as conversas eram sobre revolução e exploração dos trabalhadores, mas "pobre, mesmo, não tinha muitos, não". A lembrança é do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel. "Todos eram, pelo menos, de classe média".

Foi numa sessão de cinema, "possivelmente um filme italiano, do [Federico] Fellini", que começou o namoro entre Dilma e o jornalista Cláudio Galeno de Magalhães Linhares.

Galeno já havia estado preso e tinha habilidade com produtos químicos. Seu pai era farmacêutico. "Andaram falando que eu fabricava bombas. Não tem nada disso. Fabriquei alguns protótipos de uma caixa com um dispositivo eletroquímico. Era para guardar documentos secretos. Se a repressão abrisse, a caixa entraria em combustão", diz. Só duas dessas engenhocas foram fabricadas. Uma acabou nas mãos da polícia. Não pegou fogo. O dispositivo não estava armado.

O casamento foi em setembro de 1967, só no civil. Familiares e amigos compareceram ao cartório. "Eram 30 ou 40 pessoas. Muitos já eram procurados. Se a polícia baixasse ali levaria alguns", diz Galeno, 25 anos à época. A noiva tinha 19.


"APARELHO"

Foram morar no apartamento da família Rousseff, no centro de BH. Eram tantas as reuniões políticas que o local era considerado quase um "aparelho" da Polop e do Colina --"aparelho" era o jargão para designar os endereços para encontros das organizações proscritas pela ditadura militar.

Foi nesse apartamento que Dilma e Galeno tiveram seus últimos dias antes de cair na clandestinidade. Jorge Nahas e outros militantes foram presos em janeiro de 1969, num confronto com a polícia. Morreram dois policiais. Os organismos de repressão mineiros começaram a caçar ostensivamente os militantes de esquerda -os subversivos, como se dizia.

O casal passou a dormir em locais diferentes. "Mas daí nos disseram que alguém havia escondido microfilmes nas caixas dos interruptores de quarto do apartamento. Eram fotos de locais usados em nossos treinamentos militares", disse Galeno à Folha em entrevista neste mês, em Belo Horizonte.

Com todo cuidado, entraram a pé pela garagem. Galeno descreve: "Olhamos pela janela e vimos uma caminhonete C14 e um Aero Willys, os dois de cor preta, da polícia. Ficamos em silêncio total, sem acender as luzes. Encontramos os microfilmes que nem eu nem a Dilma sabíamos da existência. O problema era como destruí-los".

Jogar no vaso sanitário e dar a descarga faria barulho. Queimar produziria fumaça. A solução foi desenrolar um cabide de arame enfiar os microfilmes nos ralos do apartamento. "Mas você imagine a tensão... Eles não sabiam que estávamos lá. Um policial subiu e tocou a campainha. Nós vimos que era um policial pela fresta de baixo da porta, com todo cuidado. Ele usava coturnos", relata Dilma.

Foi uma noite em claro. Galeno se lembra de terem levado colchões para a sala, em frente à porta. "Era uma espécie de barricada. Se entrassem atirando nós teríamos alguma proteção inicial mínima." Por volta das 6h do dia seguinte, um barulho no corredor externo chamou a atenção. Dilma relata: "Era a empregada do vizinho esperando o elevador. Pelo olho mágico deu para ver que ela levantou a saia, coçou a coxa e ajustou a meia. Uma mulher só faria aquilo no corredor se soubesse que estava sozinha. Olhamos pela janela e os carros da polícia não estavam lá."


CLANDESTINIDADE

Era o momento da troca de turno. "Eu disse: vamos nessa", conta Galeno. Dias depois os dois já estavam no Rio, clandestinos, usando nomes falsos e pulando de casa em casa. O casamento também estava chegando ao final. Dilma ficou no Rio. O marido foi para o Rio Grande do Sul, atendendo a um chamado do Colina. No dia 1º de janeiro de 1970, ele participou de um sequestro de um avião em Montevidéu, no Uruguai, e refugiou-se em Cuba.

O ano de 1969 foi intenso para Dilma. Ela usou vários codinomes, entre os quais Luiza, Wanda, Marina, Estela, Maria e Lúcia. Conheceu seu segundo marido, o advogado gaúcho Carlos Franklin Paixão de Araújo. Quando se viram pela primeira vez, ele tinha 31 anos. Dilma estava com 21. "Sou 9 anos e 10 meses mais velho que a Dilma", calculou Araújo numa das conversas que teve com a *Folha* em Porto Alegre, onde mora e trabalha até hoje.

Era um comunista que conhecia União Soviética, Polônia, Checoslováquia. Havia militado ao lado de Francisco Julião nas Ligas Camponesas, no Nordeste. Algumas semanas depois de se conhecerem, no início de 1969, Araújo e Dilma já estavam vivendo juntos. "Foi uma paixão. Ela era muito linda. Ela era uma mulher muito bonita. Mesmo usando óculos." Dilma tinha 9 graus de miopia. Hoje, usa lentes de contato.


VAR-PALMARES

Naquele final de anos 60, a hoje ministra participou de reuniões secretas em São Paulo e no Rio nas quais as organizações de esquerda armada iam se fundindo ou rachando conforme a ideologia do momento. "O livrinho do Régis Debray, "A Revolução na Revolução", colocou fogo em todos. O texto chegou mimeografado para nós, contrabandeado do Uruguai. Muitos acharam que o foquismo era a solução. Por um momento, a Dilma achou isso também", diz Apolo Heringer.

Pensador de esquerda francês, Debray morou em Cuba, conheceu Fidel Castro e Che Guevara. Difundiu a teoria do foco. Heringer, hoje um pacifista e ambientalista, descreve: "Era a tese da coluna móvel estratégica. Seria o organizador coletivo para movimentar as massas, como um motor. Atuava-se nas cidades e refugiava-se nas florestas, derrotando o Exército aos poucos, a cada combate, conquistando adesão das massas. Não tinha a menor base na realidade brasileira".

Deu-se então a fusão do Colina, de Dilma e Araújo, com a Vanguarda Popular Revolucionária, de Carlos Lamarca. A nova organização, criada em meados de 1969, chamava-se Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares).

O novo grupo falava em combater a ditadura, mas a alternativa não era propriamente democracia. Em 1970, um militante foi preso em Goiânia com um estatuto da organização. A VAR-Palmares se definia como instituição "político-militar de caráter partidário, marxista-leninista, que se propõe a cumprir todas as tarefas da guerra revolucionária e da construção do Partido da Classe Operária, com o objetivo de tomar o poder e construir o socialismo".

Quem descumprisse o cânone interno ficava sujeito a sanções de "censura, verbal ou escrita", "expulsão" e até "justiçamento" --essa pena de morte seria "aplicada por um tribunal revolucionário", e infrator poderia ou não "estar presente ou tomar conhecimento" da pena.


TREINAMENTO MILITAR

A associação entre Colina e VPR durou poucos meses. Lamarca queria aprofundar as ações armadas. Outros divergiam. Racharam antes do final de 1969. Mas ainda deu tempo para Dilma ir ao Uruguai clandestinamente ser treinada em técnicas militares --ela não precisa o momento exato.

Em março de 2009, à Folha, Dilma havia negado esse treinamento de forma categórica: "Nunca fiz nem treinamento no exterior nem ação armada".

Confrontada com a contradição, alega que, à época, não queria falar de atos envolvendo outros países. Resolveu fazer a revelação depois da eleição de José Mujica, ex-guerrilheiro da organização Tupamaros, que lutou contra a ditadura militar uruguaia. "O presidente Mujica está ali e sabe como é que foram os anos 70", diz Dilma.

A seguir, seu relato, inédito, sobre o treinamento militar --e não de "guerrilha", diz ela.

"Era perto daqui, no Uruguai. Geralmente a gente fazia numa fazenda. Era mais seguro você fazer na fronteira. Eu estava no Rio e fui a Porto Alegre. Foi do lado de lá da fronteira. Ia pouca gente. Na minha vez foram cinco ou seis pessoas. Eu usava uns óculos com lentes bem grossas. Nunca tive pontaria, mas pegava bem. Era uma ótima limpadora. O meu treinamento foi muito simplório. Não se atirava muito. Montava-se e desmontava-se [armas]. Também [havia treinamento] de segurança. Você olha como é que faz para não ser seguido. Eles chamavam de treinamento de inteligência."


PRISÃO

Dilma foi presa em 16 de janeiro de 1970 e torturada por 22 dias, segundo depoimento ao projeto Brasil Nunca Mais. Condenada em três processos, ficou presa no presídio Tiradentes (SP) até 1972. Libertada, passou uma temporada em Minas, com a família, e dalí mudou-se para o Rio Grande do Sul, em 1974.

O marido, Carlos Araújo, cumpria pena de quatro anos na cidade gaúcha, também acusado de crime político.

Dilma passou no vestibular da UFRS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e retomou os estudos. Concluiu seu bacharelado em economia em 1977, um ano depois de nascer sua primeira e única filha, Paula Rousseff Araújo.


PDT

Dilma só recuperou seus direitos políticos com a Lei de Anistia, de 1979. Ingressou então no PDT de Leonel Brizola e ajudou, ao lado do marido, a fundar o diretório gaúcho do partido.

Com a eleição de Alceu Collares (PDT) para a Prefeitura de Porto Alegre, foi nomeada secretária da Fazenda em 1986. Permaneceu no cargo até 1988. Em 1990, Collares foi eleito governador gaúcho. Dilma presidiu a Fundação de Economia e Estatística do Estado de 1991 a 1993 e comandou a Secretaria de Energia, Minas e Comunicações de 1993 a 1994.

Em 1998, Olívio Dutra (PT) foi eleito governador. Para recompensar o PDT, que apoiou sua candidatura no segundo turno, convidou Dilma para ocupar novamente a Secretaria de Energia, Minas e Comunicações. Em 2000, Dilma se licenciou do PDT e apoiou a candidatura de Tarso Genro à Prefeitura de Porto Alegre, que derrotou Alceu Collares (PDT) no segundo turno.

Entre uma função e outra no Rio Grande do Sul, ela investiu no mundo empresarial com uma loja de bugigangas importadas do Panamá. O negócio, que durou um ano e cinco meses, fechou em julho de 1996.

Com o nome fantasia de Pão & Circo, a empresa tinha leque amplo de produtos. Entre eles, brinquedos dos "Cavaleiros do Zodíaco", animação japonesa sobre jovens guerreiros que fez sucesso nos anos 1990.


DILMA NO PT

Em março de 2001, Dilma filiou-se ao PT, acompanhando o grupo dissidente liderado por José Vicente Brizola, filho de Leonel Brizola.

Em 2002, após a eleição de Lula para a Presidência, foi indicada para o Ministério de Minas e Energia. No ministério, anunciou novas regras para o setor elétrico que aumentam o poder do Estado. Lançou o programa Luz para Todos, uma das maiores bandeiras de sua candidatura.

Em 2005, virou ministra da Casa Civil. Três anos depois, já era mencionada como provável candidata petista à sucessão de Lula.

Bens declarados na Justiça Eleitoral

R$ 1,06 milhão (12 bens):

- Dois apartamentos em Porto Alegre/RS (R$ 250,5 mil e R$ 290 mil)
- Casa em Porto Alegre/RS (R$ 104 mil)
- Pagamento de sinal para lote em condomínio de Porto Alegre/RS (R$ 49,5 mil)
- Apartamento em Belo Horizonte/MG recebido por herança (R$ 118,6 mil)
- Automóvel Fiat Tipo ano 1996 (R$ 30,6 mil)
- Ações da CRT referentes à aquisição de um telefone (R$ 3.082)
- Saldo em conta-corrente na Caixa Economica Federal (R$ 3.176,16)
- Dinheiro em espécie (R$ 113,3 mil)
- Fundo de investimento no Banco do Estado do Rio Grande do Sul (R$ 3.729,99)
- Joias (R$ 52,5 mil)
- Caderneta de poupança na Caixa Economica Federal (R$ 46,8 mil)

No arquivo da Folha

  • (16/12/06)

    O vice-presidente da República, José Alencar, saiu ontem em defesa da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que estaria ameaçada de perder o cargo em razão de discordâncias com a Casa Civil.
    A ministra Dilma Rousseff defende mudanças na legislação ambiental como forma de facilitar a execução de projetos de infra-estrutura, o que levantou rumores de que Marina deixaria a pasta.

  • (8/2/07)

    A ministra Dilma Rousseff será indenizada pelo governo do Rio em R$ 20 mil por ter sido torturada no Estado.

  • (8/5/07)

    Metade do PAC está lenta, mostra governo. A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), coordenadora do programa, deu selo positivo a 864 ações (52,5%). O restante das obras, estudos e projetos, 47,5%, enfrenta diferentes riscos que podem comprometer sua execução.

  • (8/5/07)

    Dilma se irritou com a pergunta sobre a ausência de Marina na entrevista de balanço do PAC. "Ela não esteve aqui hoje como não esteve na entrevista do lançamento. Estão aqui os ministros com obras a tocar. Se fosse assim, o ministro Tarso Genro teria de estar também por conta de problemas com terras indígenas."

  • (28/3/08)

    A principal assessora de Dilma Rousseff (Casa Civil), Erenice Alves Guerra, montou o dossiê com gastos do ex-presidente FHC, relatam Leonardo Souza, Andreza Matais e Marta Salomon.
    O dossiê, que inclui despesas da ex-primeira-dama Ruth Cardoso e de ministros de FHC, é paralelo ao sistema oficial de controle de gastos com suprimentos de fundos do governo.

  • (3/4/08)

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, é vítima de "chantagem política" no episódio do vazamento de dossiê contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
    Lula isentou Dilma de suspeição e afirmou que o dossiê é um "osso de galinha" que alguém tentou vender para a imprensa como "ossada de dinossauro".

  • (14/5/08)

    No ministério, Marina colidiu com outras áreas do governo, como a Casa Civil, chefiada por Dilma Rousseff. Ela sofreu pressões para apressar a concessão de licenças ambientais para obras do Programa de Aceleração do Crescimento e perdeu a disputa pela liberação de lavouras transgênicas de soja, à qual era contrária.

  • (5/6/08)

    Os ex-dirigentes da Anac Denise Abreu e Josef Barat acusam Dilma Rousseff (Casa Civil) de ter pressionado a agência para beneficiar os compradores da Varig.

  • (23/7/08)

    O presidente Lula proibiu Dilma Rousseff (Casa Civil) de fazer campanha eleitoral fora do Rio Grande do Sul, onde ela fez carreira. A ministra reclamou, mas não comentou oficialmente.

  • (4/8/08)

    Criado por Dilma Rousseff, o programa Luz Para Todos chegou às zonas rurais de 13,2% dos municípios administrados pelo PT.

  • (8/12/08)

    Pesquisa Datafolha para a eleição presidencial de 2010 indica, Serra lidera com taxas que variam de 36% a 47%, conforme o cenário.
    O segundo colocado, o deputado Ciro Gomes (PSB), caiu de cinco a seis pontos, enquanto a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), subiu cinco pontos.

  • (12/2/09)

    Os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Tarso Genro (Justiça) foram excluídos da lista de possíveis investigados do inquérito aberto pela Polícia Federal sobre o dossiê de gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

  • (11/4/09)

    Planalto quer aproximar Dilma dos sem-terra
    O governo tenta amenizar a resistência de movimentos sociais à ministra Dilma Rousseff, principal nome petista à sucessão de 2010.

  • (26/4/09)

    A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, 61, declarou que está sendo submetida a tratamento contra linfoma, um tipo de câncer que atinge o sistema linfático.

  • (18/10/09)

    A ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira diz ter achado a agenda com registro da reunião com Dilma Rousseff na qual a ministra da Casa Civil teria pedido para "agilizar" investigação contra empresas da família do senador José Sarney.

  • (12/11/09)

    Oposição ao governo federal, DEM, PSDB e PPS usaram o apagão para atacar a candidatura de Dilma Rousseff (Casa Civil) ao Planalto. Para líderes, o caso mostra que ela não é boa "técnica".

  • (28/2/10)

    Pesquisa Datafolha feita em 24 e 25 de fevereiro revela que a pré-candidata à Presidência pelo PT, Dilma Rousseff, atingiu 28% das intenções de voto e reduziu de 14 para 4 pontos percentuais a distância que a separa do principal rival, José Serra (PSDB), que tem 32%.

  • (9/3/10)

    Serra e Dilma correm para inaugurar obra inacabada. Pré-candidatos priorizam eventos antes do afastamento de cargos.

  • (3/4/10)

    Para assegurar um palanque forte à pré-candidata Dilma Rousseff, o governo Lula triplicou os investimentos no Rio, que tem como governador o aliado Sérgio Cabral. O Estado também lidera os investimentos em obras do PAC: recebeu R$ 27 bilhões, contra R$ 9,9 bilhões de São Paulo.

  • (13/5/10)

    Dilma Rousseff, pré-candidata do PT ao Planalto, afirmou no RS que o aborto "é coisa que nenhuma mulher defende" e não disse se, caso eleita, pretende mudar a lei. Em 2007, ela defendeu a descriminalização.

  • (3/6/10)

    O tucano José Serra acusou Dilma Rousseff (PT), sua adversária na corrida pelo Planalto, de estar por trás de um suposto dossiê contra ele. Serra ficou irritado ao receber informações de que sua filha, Veronica, foi alvo de investigações.

  • (12/6/10)

    A chamada "equipe de inteligência" da pré-campanha de Dilma Rousseff, do PT, levantou e investigou dados fiscais e financeiros sigilosos de Eduardo Jorge Caldas Pereira, vice-presidente-executivo do PSDB.

  • (29/6/10)

    Dilma terá tempo de TV 35% maior que o de Serra.

  • (5/7/10)

    A campanha de José Serra (PSDB) vai declarar gastos de R$ 180 milhões. O valor é 14,65% superior ao de Dilma Rousseff (PT): R$ 157 milhões.

  • (28/7/10)

    Dos R$ 157 milhões que prevê arrecadar, a campanha de Dilma Rousseff (PT) deve gastar R$ 31,4 milhões com programas de rádio e TV. A ideia é reforçar a ligação dela com o presidente.

  • (14/8/10)

    Dilma ultrapassa Serra e fica a 3 pontos da vitória no 1º turno. Pesquisa Datafolha mostra que Dilma Rousseff (PT), com 41% das intenções de voto, abriu vantagem de oito pontos sobre José Serra (PSDB), com 33%.

  • (18/8/10)

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, pela primeira vez, que terá papel ativo em eventual governo de sua candidata, Dilma Rousseff (PT), chamada por ele de "minha presidenta".

  • (22/8/10)

    A Lanza, empresa de Luiz Lanzetta, acusado de envolvimento na negociação de dossiê contra José Serra, distribui diariamente boletim pró-Dilma Rousseff (PT) e antitucano.


 
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