Em um sistema com 49 milhões de estudantes, baixo aprendizado e 2,7 milhões de crianças e jovens fora da escola, é urgente ressaltar que os maiores desafios da educação não incluem supostas doutrinação política e sexualização precoce, como defende o presidente eleito, Jair Bolsonaro. As repercussões dessa agenda, entretanto, representam riscos a uma educação de qualidade no Brasil.
Muitos imaginaram que, passado um período de maturação, a eleição de Donald Trump nos EUA e a vitória do "brexit" no Reino Unido se transformariam em vacinas fortes o suficiente para evitar a repetição de fenômenos semelhantes. Em 2018, segundo esse raciocínio, as fake news já não teriam lugar de destaque.
Poucos dias após as eleições legislativas de novembro, o presidente dos EUA, Donald Trump, recorreu ao Twitter para manifestar sua frustração com a perda da Câmara para a oposição democrata : "A perspectiva de perseguição presidencial pelos democratas já está derrubando a bolsa de valores".
A chave do primeiro ano de Jair Bolsonaro é a reforma da Previdência. A economia, as mudanças liberais e o prestígio do presidente podem decolar ou descer o barranco, a depender do sucesso dessa reforma. Por quê?
Quando Jair Bolsonaro tomar posse no dia 1º de janeiro, não será apenas uma nova era na política brasileira. A cobertura jornalística entrará em fase inédita desde a redemocratização.
O QUE DEVE CHAMAR ATENÇÃO EM 2018
A esta altura dos acontecimentos, depois de Trump, "brexit" e Doria, para citar três eventos surpreendentes, o jornalismo já deveria estar vacinado contra fazer previsões. No entanto, é o que esta revista propõe —antecipar, ou, pelo menos, desenhar cenários para 2018.
No começo dos anos 1990, Hollywood exibia Demi Moore no papel de uma psicopata yuppie que atormentava um incauto Michael Douglas em "Assédio Sexual". O filme era um delírio de homens acuados com a ascensão das mulheres no meio corporativo. Mas nos bastidores do cinema, o crime dava as caras em sua face mais realista.
Época de promessas, o ano eleitoral não traz grandes expectativas para a educação. O clima polarizado das discussões pré-eleitorais não tem indicado boas perspectivas para os desafios educacionais.
Acontecimento mais badalado do meio no país, a Festa Literária Internacional de Paraty se apresentou, em 2017, com nova roupagem. A primeira edição sob curadoria da jornalista Joselia Aguiar homenageou Lima Barreto (1881-1922). O nome do autor negro, alcoólatra e interno de manicômios imantou o evento de temas candentes.