Rodriguinho se firma como jogador mais decisivo do Corinthians

Jogador marcou o gol sobre o Palmeiras que levou a final do Paulista para os pênaltis

Rodriguinho escapa da marcação do lateral Marcos Rocha, do Palmeiras, durante a final do Paulista, no Allianz Parque
Rodriguinho escapa da marcação do lateral Marcos Rocha, do Palmeiras, durante a final do Paulista, no Allianz Parque - Nelson Almeida/AFP
Alex Sabino Luiz Cosenzo
São Paulo

O Corinthians tem dois jogadores que são candidatos a irem à Copa do Mundo da Rússia: Fagner e Cássio. Mas na hora de decidir o título paulista, quem resolveu foi Rodriguinho, 30. Ele fez o gol que levou a final contra o Palmeiras para os pênaltis. Nas cobranças, o clube de Parque São Jorge levou a melhor: 4 a 3.

Rodriguinho não foi decisivo apenas neste domingo (8). Nas semifinais, ele sentiu lesão na coxa no aquecimento do primeiro confronto diante do São Paulo. Sem sua peça de maior criatividade no meio-campo, o Corinthians perdeu. Voltou no segundo jogo, no Itaquerão. Com o Corinthians com a faca no pescoço, se classificou nos pênaltis porque o meia fez um gol de cabeça aos 47 min do segundo tempo. Isso apesar de não estar 100% na parte física.

Ele poderia nem estar mais no clube. No ano passado, ficou decepcionado por não ter sido vendido para o Fenerbahce (TUR) em uma oferta vantajosa na questão financeira. Também sonhava em disputar a Liga dos Campeões da Europa.

“Ele percebeu que se continuasse no clube poderia conquistar títulos pelo Corinthians e depois disse isso para nós”, afirma Flavio Adauto, diretor de futebol na época.

Sorte do Corinthians. Como já havia sido em 2013, quando ele foi contratado. Rodriguinho já estava de malas prontas para o El Jaish, do Catar. Seria comprado por 4,5 milhões de euros e o América-MG havia fechado negócio. Rodriguinho não conseguiu o visto de trabalho antes do encerramento da janela de transferências. O Corinthians contou com a ajuda do banco BMG e conseguiu a aquisição.

Se já era o meia mais regular da equipe desde 2016 (e no ano passado foi campeão paulista e brasileiro), nesta temporada sua importância ficou ainda maior pelo debilitado poder ofensivo do elenco. Sem goleador ou homem de área, o técnico Fábio Carille conta com os meias que cheguem de trás para finalizar. Foi assim que ele anotou o gol contra o Palmeiras que o fez ser campeão estadual pelo segundo ano consecutivo.

Apesar de ser conhecido de Tite, que o treinou no Corinthians, Rodriguinho sabe que sua chance de ser chamado para o Mundial é inexistente. Assim como não é grande a possibilidade de participar no futuro do principal torneio para um jogador profissional. Na Copa do Qatar, que quase foi seu país adotivo há cinco anos, ele estará com 34 anos.

“Tem muita gente na minha frente. Já pensei nisso, mas tenho consciência do que pode acontecer. O que posso controlar é jogar bem pelo Corinthians. Ser chamado para a seleção depende de outras pessoas”, afirma.

É uma declaração que se encaixa no seu estilo relaxado, de não dar muita atenção (pelo menos em público) para as coisas. Não se importou nem quando Andrés Sanchez, hoje novamente presidente do clube, o usou como exemplo de alguém que já chegou para treinar de ressaca. Ele confirmou a história e disse algo que pode parecer óbvio, mas não para jogadores de futebol: isso já aconteceu com quase todo mundo. É normal.

“Mas eu nunca deixei de fazer o meu trabalho. Nunca cheguei atrasado ou bêbado. Ressaca faz parte”, confessa.

Nesta temporada ele tem feito tão bem seu trabalho que por causa de Rodriguinho o Corinthians voltou a ser campeão paulista. Desta vez, contra o maior rival e na casa dele.

"Foi incrível o que conseguimos aqui. Nos reerguemos rapidamente depois da derrota. No dia seguinte, todo mundo sabia que teríamos totais condições de vir aqui e sair com o título. Foi uma coisa unânime no nosso grupo. Falamos: vamos erguer a cabeça, porque temos total condição de ganhar lá. A festa na sexta-feira foi uma coisa de louco. A torcida passou toda sua energia para a gente. Foi incrível ver aquele brilho no olho, de 'aqui é Corinthians'. Esse grupo está de parabéns por tudo que foi feito no campeonato. Temos que seguir fortes, porque virão muitas batalhas pela frente", disse o jogador após a conquista.

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